Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Sugiro que você discuta essa proposta com seu médico, para que você entenda de forma bem clara o motivo pelo qual ele está sugerindo esta alteração. As maiores razões para troca de medicamentos são a ausência de melhora ou melhora apenas parcial dos sintomas, e a presença de efeitos colaterais intoleráveis. Dependendo do seu diagnóstico, contudo, o médico pode ter feito esta proposta para introduzir uma medicação melhor indicada ao seu transtorno.
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Não é possível fazer nenhuma sugestão sem conhecer seu caso.
 
Do ponto de vista farmacológico, a desvenlafaxina (substância contida no Pristiq*) é um antidepressivo eficaz, assim como pode ser eficaz em casos de ansiedade.
 
De modo geral, quando doses máximas (cerca de 60 mg) de paroxetina não trazem controle suficiente após um período de semanas a meses, opta-se por potencializar o efeito da paroxetina (isto é, acrescentar outras medicações) ou trocá-la por medicações mais potentes, como é o caso da desvenlafaxina.
 
Na verdade, a única coisa que chama a atenção em sua pergunta é por que você tomou paroxetina por tanto tempo. Se isto ocorreu porque, inicialmente ela controlou seu problema e, depois, sua eficácia diminuiu (o que pode ocorrer), a conduta estaria correta. Da mesma forma, estaria correta se, com a paroxetina, foi obtido um controle parcial mas, quando se tenha tentado potencializar o efeito dela ou trocá-la por outro medicamento, as respostas foram piores ou houve um excesso de efeitos colaterais. Outro aspecto que o médico não pode prever é quando o paciente diz que está "bem" mas, na verdade, ainda apresenta restos de depressão que não relatou ao médico.
 
Se, entretanto, estava claro que seu problema foi suficientemente controlado pela paroxetina, ela não deveria ter sido mantida por tanto tempo.
 
Finalmente, se não foi atingida a dose máxima da paroxetina, pode ser interessante, antes de trocá-la por outra medicação, tentar doses mais altas da própria paroxetina.
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As crises de despersonalização, nas quais a pessoa sente um estranhamento em relação ao seu próprio eu, podem ter várias causas como, por exemplo, quadros psicóticos ou ansiedade.
 
A crise pode durar segundos, minutos ou horas e, geralmente, passa sozinha. Deve-se procurar uma avaliação psiquiátrica para conhecer as causas e, eventualmente, instituir um tratamento.
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A depressão possui sintomas como: tristeza e desânimo a maior parte do tempo (por vezes, é uma emoção diferente da tristeza, mas igualmente negativa, a que chamamos, literalmente, de "humor depressivo"); alterações de sono (para mais ou para menos); alterações de apetite (para mais ou para menos); dificuldades de concentração; diminuição do desejo sexual; ideias depressivas (lembrar muito de coisas ruins que ocorreram, pessimismo exagerado em relação ao futuro, sentimentos de culpa exagerados); estas ideias depressivas podem, eventualmente, envolver ideias de morrer ou mesmo suicídio; incapacidade de sentir prazer naquelas atividades que anteriormente eram prazerosas.
Nem todos estes sintomas precisam estar presentes ao mesmo tempo e há casos mais e menos graves.
Alguns problemas físicos (como alterações hormonais, por exemplo) também podem dar excesso de sono e desânimo.
Deve haver uma avaliação por psiquiatra para saber se se trata de uma doença física ou de uma depressão. -
Você citou dois sintomas que podem compor um quadro depressivo: a hipersonia (aumento do sono) e a adinamia (letargia). É preciso investigar outras alterações como perda do prazer, alterações de apetite e libido, tristeza, irritabilidade, choro imotivado. Portanto, procure um psiquiatra assim que possível, antes que essa situação comece a trazer prejuízos nas diversas áreas da vida (afetiva, profissional, acadêmica, etc).
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De modo geral, a hipnose é considerada um tratamento insuficientemente comprovado para a maioria dos problemas psiquiátricos.
Existem vários tipos de quadros de ansiedade agudos como, por exemplo, o transtorno do pânico, os picos de ansiedade que ocorrem no transtorno de ansiedade generalizada, episódios de fobia social etc.
Desmaio, em medicina, são episódios de perda de consciência e queda ao chão (se a pessoa estiver de pé), causados por uma insuficiência no sangue (e, portanto, no oxigênio) que chega ao cérebro. Desmaios verdadeiros raramente ocorrem como consequência de episódios de ansiedade, mas podem acontecer, envolvendo alterações dos batimentos cardíacos e do sistema de vasos sanguíneos que podem levar à diminuição da oxigenação do cérebro.
Por vezes, entretanto, as pessoas leigas chamam de "desmaio" outras situações como, por exemplo, sintomas de vertigem ("tontura") acentuados, ou náuseas ou sensações de cabeça "leve" ou "oca". Este tipo de fenômenos é frequente, em picos de ansiedade.
Para a ansiedade, em geral o mais indicado são medicações (as de primeira linha costumam ser os inibidores seletivos de recaptação de serotonina). Isto, porque se acredita que pessoas que desenvolvem quadros graves de ansiedade têm uma alteração química cerebral que pode ser controlada com estes remédios.
Além das medicações, frequentemente se acrescenta algum tipo de psicoterapia. A psicoterapia ajuda a pessoa a entender melhor seus comportamentos e sua relação com o mundo e a encontrar, assim, quais são os problemas de sua vida que podem estar relacionados ao seu quadro de ansiedade. A hipnose, assim, seria inadequada, pois não levaria a pessoa a conhecer-se melhor, apenas atuando sobre os sintomas e não sobre as causas.
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O transtorno de personalidade borderline é um problema que se caracteriza por uma grande instabilidade em várias áreas da vida: profissional, afetiva, educacional e mesmo sexual. Muitas vezes se associa a sintomas depressivos, psicóticos (perda do sentido de realidade) e uso de drogas. Podem ocorrer também comportamentos agressivos com outros e auto-agressivos.
 
Claramente, em alguns casos, pessoas com sintomas borderline acabam desenvolvendo transtorno bipolar e pelo menos uma parte dos casos de borderline pode ter relação com o transtorno de personalidade borderline.
 
A quetiapina é uma medicação criada para o tratamento de pessoas com esquizofrenia mas se mostrou útil também no tratamento do transtorno bipolar e de quadros como depressão psicótica. É um bom estabilizador do humor e, em casos de pessoas que tenham sintomas borderline como parte de um espectro bipolar, poderia ser útil.
 
A oxcarbazepina é uma medicação criada para combater crises epilépticas e que não apresenta, de modo geral, evidências de utilidade em problemas psiquiátricos. Mas, logicamente, este tipo de conduta fica sempre a critério médico.
 
Entretanto, o transtorno de personalidade borderline não tem um tratamento específico, sendo tratado de acordo com a sintomatologia predominante (depressão, impulsividade, uso de álcool etc.) e com psicoterapia.