Psiquiatria - Perguntas respondidas
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As crises de pânico se caracterizam por acessos súbitos de grande medo, angústia ou ansiedade, associados a sintomas como sensação de aperto no peito ou na altura do estômago, formigamentos, palpitações no peito, falta de ar, tremores, suor, tonturas, sensações ruins na barriga ou mesmo vontade de urinar ou evacuar. As crises, em geral, duram minutos, mas podem repetir-se uma após a outra.
 
Quando a pessoa têm estas crises com uma frequência maior, falamos em 'transtorno de pânico'.
 
O transtorno de pânico pode ser tratado por qualquer médico que conheça o assunto, mas deve ser tratado, preferencialmente, por psiquiatra, pois ele é o especialista específico neste tipo de problema.
 
A doença pode não ser curada, porém ela pode ser bem controlada, o que significa que grande parte das pessoas precisará continuar o tratamento mas, tomando a medicação correta, poderá viver uma vida completamente normal, sem ter crises.
 
As medicações costumam funcionar muito bem, sobretudo as do grupo dos inibidores de recaptação de serotonina. Entretanto, existem técnicas de tratamento de terapia comportamental-cognitiva que também podem funcionar.
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É importante, sim, que você o leve a um psiquiatra, para que o diagnóstico seja confirmado. Como você diz, ele tem "algumas características de autismo". Estas "algumas características" precisariam ser melhor esmiuçadas, pois o autismo possui pontos em comum com vários outros transtornos, tais como retardo mental, depressão e esquizofrenia.
Assim, é necessário consultar um médico para que sejam examinadas outras possibilidades, além do autismo. Algumas delas possuem tratamento medicamentoso.
 
O autismo, em si, não possui um tratamento com remédios, apesar de que autistas podem apresentar comportamentos que melhorem com medicação, tais como sintomas depressivos, impulsividade excessiva ou rituais compulsivos.
 
Se o caso de seu filho não tiver nenhum transtorno psiquiátrico associado, poderá ser tratado com psicólogos especializados, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
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O transtorno de pesadelos ocorre em pessoas normais e, em 4%, ocorre até uma vez por semana. Não se sabe a origem exata, mas parece ter relações com o estresse vivenciado pela pessoa. Em casos de transtorno de estresse pós-traumático (quadros ansiosos graves que ocorrem após eventos traumáticos como guerras, assassinatos, estupros) vivenciados pela pessoa, é muito comum haver pesadelos em que a pessoa vivencia novamente o evento trágico.
 
Há também pessoas que tem um transtorno chamado de transtorno de movimentos do sono REM. Neste tipo de alteração, a pessoa tem sonhos e, ao invés do relaxamento dos músculos que deve ocorrer durante os sonhos, ela tem seus músculos funcionando normalmente e, possivelmente, ao mesmo tempo que sonha com movimentos violentos ou potentes, ela os realiza. Neste tipo de situações, ocorre com frequência de as pessoas se machucarem ou machucarem outras.
 
Finalmente, há o terror noturno, mais comum em crianças, nas quais a pessoa acorda, no meio da noite, num estado de consciência parcial, muito aterrorizada, aos gritos, apresentando com frequência movimentos frenéticos, aumento da frequência cardíaca. Pode estar com olhos abertos e mostrando desespero.
 
Cada um destes quadros pode ser tratado e existem medicações e terapias específicas para melhorá-los.
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A depressão é um estado no qual a pessoa se sente desanimada e/ou profundamente triste, a maior parte do tempo. Por vezes, alguns pacientes deprimidos relatam que o que sentem não equivale à tristeza nem ao desânimo, sendo algo extremamente sofrido e indescritível.
 
Ao lado deste desânimo ou tristeza, a pessoa perde o prazer em fazer aquelas coisas das quais gostava, antigamente; pode ter insônia ou excesso de sono; falta ou excesso de apetite; dificuldades de concentração; ideias negativas, que vão desde a auto-depreciação, ao excessivo pessimismo, passando por ideias de culpa ou mesmo de morrer ou suicidar-se.
 
A depressão envolve alterações químicas no cérebro, mas pode ser desencadeada ou piorada por fatores como estresse contínuo, maus tratos, maus relacionamentos interpessoais.
 
Por vezes, um episódio de depressão pode desaparecer sozinho, sem tratamento. Mas, grande parte das vezes, ele pode ocorrer, novamente, mesmo sem que haja um novo gatilho.
 
Situações de tristeza ou desânimo frequentemente são resolvidas pelas pessoas sem que tenham de recorrer a ajuda profissional, simplesmente mudando de emprego, de moradia, aumentando suas atividades agradáveis, estabelecendo novos relacionamentos. Entretanto, não se recomenda que você tente vencer sozinho uma verdadeira depressão. Você deve procurar um psiquiatra que possa diagnosticar e tratar seu problema. Ele dirá se há necessidade (geralmente há) de medicações e se deve ser feita, também, uma psicoterapia, que pode ser feita com psiquiatra (que seja também psicoterapeuta) ou psicólogo clínico.
 
As medicações antidepressivas são bastante eficazes e não causam dependência.
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Existe o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) com predominância de sintomas de desatenção. O tratamento também costuma ser feito com Ritalina* (metilfenidato) e costuma melhorar. Usam-se, também, técnicas comportamentais, que podem complementar a medicação ou, em alguns casos, até substituí-la.
Apesar de pessoas com TDAH terem uma maior incidência de uso de drogas, frequentemente elas procuram drogas estimulantes, como a anfetamina que, inclusive, melhoram sua desatenção, apesar das potenciais consequências negativas.
A maconha é uma droga composta de várias substâncias, das quais a principal que causa dependência é o canabinol. Seu efeito costuma piorar os sintomas de desatenção e leva a dificuldades de aprendizado.
Pessoas com uso de maconha podem desenvolver sintomas psicóticos, seja por estarem intoxicados com uma quantidade alta de droga, seja porque já tinham predisposição a quadros psicóticos e a maconha funcionou "apenas" como gatilho. Infelizmente, nestes casos, a tendência do problema é continuar mesmo que a pessoa pare de usar drogas.
Em todas as cidades, há postos de saúde vinculados ao SUS. Na maioria das cidades, há os CAPS-AD (abreviação de Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas), que podem tratar de usuários de drogas.