Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Os ciúmes, em relacionamentos amorosos, frequentemente estão presentes, em nossa cultura e grande parte dos casais acha este comportamento normal e ele não traz consequências mais graves.
Algumas situações podem aumentar a frequência deste comportamento, tais como sinais de afastamento ou frieza, por parte do(a) parceiro(a) ou períodos de auto-estima baixa. Quadros depressivos (que podem piorar a auto-estima, inclusive) também podem piorar os sentimentos de ciúmes.
Por outro lado, existem quadros mais graves, que se centram especificamente no excesso de ciúmes: algumas pessoas chegam a desenvolver delírios de ciúmes, nos quais têm a convicção absoluta de que seu/sua parceiro(a) está tendo um caso extraconjugal. Não importa quais provas sejam apresentadas em contrário, o delírio continua.
Em casos não tão graves, ocorre o que se chama de "ciúmes patológicos". Não chega a ocorrer uma convicção absoluta de infidelidade, porém a pessoa fica o tempo inteiro suspeitando da outra, o que leva a perguntas incessantes e acusações, indiscrições como olhar chamadas telefônicas, procurar em agendas ou mesmo mandar espionar a outra pessoa. Este comportamento costuma levar a muito sofrimento e brigas.
Você deve procurar um psiquiatra para fazer o diagnóstico correto. Uma vez feito o diagnóstico, ele saberá decidir se deve haver algum tratamento medicamentoso ou apenas uma psicoterapia, no sentido de melhorar seu relacionamento e deixá-la mais segura. Na maioria dos casos de ciúmes excessivos, não há necessidade de uso de medicamentos.
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A depressão é um transtorno no qual a pessoa sente um profundo desânimo, tristeza ou, por vezes, uma emoção negativa que ela descreve como extremamente desagradável, mas diferente de uma tristeza profunda. Além disto, há sintomas associados como insônia ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, pensamentos negativos (desde um excesso de lembranças tristes, passando por ideias de culpa desproporcionais, pessimismo exagerado em relação ao futuro e mesmo pensamentos suicidas); podem haver dificuldades de concentração; frequentemente, há uma perda da capacidade de sentir prazer mesmo naquelas atividades que costumavam ser muito prazerosas.
 
As depressões costumam ser tratadas, pelo menos inicialmente, com antidepressivos (exceções são, por exemplo, as depressões do transtorno bipolar, que são tratadas, preferencialmente, com estabilizadores de humor); no início, opta-se por doses relativamente baixas de antidepressivos menos potentes e, se não houver melhora, vai-se progressivamente aumentando as doses, acrescentando outras medicações e/ou prescrevendo-se antidepressivos mais potentes.
 
A depressão tem um índice de recidiva muito alto e a probabilidade de alguém, se parar de tomar medicações, recair, é muito alta, chegando em mais de 90% em pessoas que tiveram mais de 2 episódios, na vida, por exemplo. Assim, geralmente se considera que um primeiro episódio deva ser tratado por vários anos e, se houver uma recaída, a pessoa deverá tomar medicações pelo resto da vida - o que pode ser feito, eventualmente, é diminuir as doses, ao longo do tratamento, sempre a critério médico.
 
O lítio é um estabilizador do humor e, assim, é o tratamento preferencial na depressão bipolar. Em depressões que não ocorrem no contexto de uma bipolaridade ele também pode ser usado, para reforçar o efeito e antidepressivos e, em alguns casos, ele é bem sucedido na prevenção de recaídas mesmo em pessoas que não são bipolares.
 
Se a sua avó realmente ficou bem da depressão (porque, por vezes, a pessoa é considerada controlada de modo errôneo, pois ainda têm alguns sintomas, mesmo que mais fracos), talvez o motivo das recaídas tenha sido que ela tenha parado de tomar medicações, após cada crise ou tenha tomado doses excessivamente baixas. Por outro lado, infelizmente, algumas pessoas têm recaídas apesar de o tratamento estar totalmente correto: como em todas as doenças, há casos menos bem sucedidos.
 
Assim, o lítio pode ser uma boa opção, sim, mas apenas um psiquiatra pode decidir se, no caso específico de sua avó, ele seria o melhor remédio.
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A urticária se caracteriza pela presença de áreas elevadas na pele, de aparecimento geralmente súbito e com características inflamatórias, como vermelhidão, calor local, prurido ou mesmo dor. A urticária pode ser resposta a uma série de estímulos, tais como picadas de insetos, substâncias alergênicas e pode mesmo ocorrer como consequência de outras doenças do organismo, até mesmo de alguns tumores malignos. A gravidade da urticária varia, indo de um problema localizado numa pequena área até quadros mais extensos que podem envolver, além da pele, gengivas, lábios e mesmo o intestino (causando cólicas). Assim, em primeiro plano, deve-se fazer uma investigação cuidadosa da urticária, se ela não desaparecer, rapidamente.
 
O tratamento da urticária se faz tratando alguma causa subjacente ou, quando sintomático, se usam anti-inflamatórios hormonais, adrenalina e/ou anti-histamínicos (medicações anti-alérgicas).
 
Por vezes, situações de estresse podem propiciar o desenvolvimento de urticária, mas é perigoso considerar isto como a principal causa, com riscos de se deixar de diagnosticar doenças clínicas.
 
O fato de seu filho ter uma série de alterações comportamentais pode ou não estar relacionado à urticária, entretanto, certamente, você deve consultar um psiquiatra, pois os problemas psicológicos e psiquiátricos dele, por si só, merecem um diagnóstico cuidadoso e tratamento.
 
O mais correto seria continuar a investigação do problema - talvez não só com um dermatologista, mas também com um bom clínico geral e, paralelamente, fazer um diagnóstico psiquiátrico, para ver qual o melhor tratamento. Apesar de que psicólogos conseguem ajudar em muitos quadros, é sempre bom passar por um psiquiatra que, como profissional médico, pode detectar alguns problemas para os quais o psicólogo não está habilitado. Dependendo do caso, ele inclusive vai reencaminhar o seu filho ao psicólogo. Em outros casos, ele recomendará um tratamento medicamentoso.
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Se estiver com depressão, o recomendado é psicoterapia para casos leves a graves e medicação antidepressiva, especialmente para casos moderados a graves. A combinação psicoterapia e uso de antidepressivos é a melhor possível. Atividade física também ajuda, assim como aliviar fatores estressores.
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A depressão é um quadro no qual a pessoa sente intenso desânimo ou tristeza profunda e perde a capacidade de sentir prazer na maior parte de suas atividades. Pode ter dificuldades de concentração, insônia ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite; o desejo sexual geralmente diminui; os pensamentos com frequência se concentram em aspectos negativos da vida, tais como lembranças tristes, ideias de culpa e pessimismo excessivo em relação ao futuro. Por vezes, a pessoa sente que seria melhor morrer ou mesmo desenvolve ideias de suicídio.
 
A depressão é considerada, ao mesmo tempo, um problema comportamental e um problema químico. De um lado se sabe que situações repetidas de traumas, abandono, problemas interpessoais e insucessos propicia a depressão. Também situações de estresse prolongado podem desencadeá-la. Por outro, acredita-se que a depressão se manifeste através de distúrbios químicos, no cérebro e que uma comunicação deficiente entre as células nervosas esteja envolvida no processo. Tendo em vista estes dois aspectos, a depressão grave deve ser tratada com medicações (sem as quais não costuma melhorar ou, quando melhora, tende a voltar). Juntamente com as medicações, pode ser indicada pelo psiquiatra uma psicoterapia ou terapia comportamental, que ajudará você a lidar com seus pensamentos e emoções negativas e a entender a origem deles. Entretanto, a psicoterapia deve (ou não) ser indicada apenas após uma avaliação por psiquiatra. Infelizmente, não raras vezes, psicoterapeutas e psicólogos insistem em tratar casos graves sem medicação, o que prolonga o sofrimento e traz riscos adicionais.
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O desânimo excessivo e a sensação de falta de energia para fazer as coisas podem ter várias origens, desde fadiga devida ao excesso de atividades, até problemas clínicos como funcionamento abaixo do normal da tireoide, falta de algumas vitaminas ou quadros causados por vírus. Na área da psiquiatria, a depressão é a causa mais frequente de desânimo e falta de vontade de envolver-se em atividades como, por exemplo, sair para relaxar ou divertir-se. O desempenho no trabalho frequentemente cai, assim como nos estudos.
 
Por outro lado, a transtorno de pânico se caracteriza por crises súbitas de medo, angústia ou ansiedade extremamente fortes, acompanhados de uma série de sintomas físicos como, por exemplo, palpitações no peito, falta de ar, tremores, tontura, sensações desagradáveis na barriga (eventualmente, até diarreia), vontade de urinar. Frequentemente se associam pensamentos de catástrofe iminente ou a pessoa acredita que vai morrer.
 
Pela sua descrição, se a causa for um problema na área da psiquiatria, parece tratar-se mais de depressão do que algo a ver com transtorno de pânico (apesar de que os dois transtornos podem ocorrer juntos).
 
Você deve consultar um psiquiatra que, com certeza, ajudará você a diferenciar entre fadiga, um quadro de depressão ou a presença de sintomas de pânico.
 
É importante você procurar ajuda logo, pois é melhor descobrir que o problema é menos grave do que esperava do que deixar o quadro evoluir e, eventualmente, prolongar seu sofrimento e dificultar o tratamento.