Psiquiatria - Perguntas respondidas
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De modo geral, a hipnose é considerada um tratamento insuficientemente comprovado para a maioria dos problemas psiquiátricos.
Existem vários tipos de quadros de ansiedade agudos como, por exemplo, o transtorno do pânico, os picos de ansiedade que ocorrem no transtorno de ansiedade generalizada, episódios de fobia social etc.
Desmaio, em medicina, são episódios de perda de consciência e queda ao chão (se a pessoa estiver de pé), causados por uma insuficiência no sangue (e, portanto, no oxigênio) que chega ao cérebro. Desmaios verdadeiros raramente ocorrem como consequência de episódios de ansiedade, mas podem acontecer, envolvendo alterações dos batimentos cardíacos e do sistema de vasos sanguíneos que podem levar à diminuição da oxigenação do cérebro.
Por vezes, entretanto, as pessoas leigas chamam de "desmaio" outras situações como, por exemplo, sintomas de vertigem ("tontura") acentuados, ou náuseas ou sensações de cabeça "leve" ou "oca". Este tipo de fenômenos é frequente, em picos de ansiedade.
Para a ansiedade, em geral o mais indicado são medicações (as de primeira linha costumam ser os inibidores seletivos de recaptação de serotonina). Isto, porque se acredita que pessoas que desenvolvem quadros graves de ansiedade têm uma alteração química cerebral que pode ser controlada com estes remédios.
Além das medicações, frequentemente se acrescenta algum tipo de psicoterapia. A psicoterapia ajuda a pessoa a entender melhor seus comportamentos e sua relação com o mundo e a encontrar, assim, quais são os problemas de sua vida que podem estar relacionados ao seu quadro de ansiedade. A hipnose, assim, seria inadequada, pois não levaria a pessoa a conhecer-se melhor, apenas atuando sobre os sintomas e não sobre as causas.
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O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) se caracteriza por pensamentos repetitivos, de natureza desagradável e que, geralmente (mas nem sempre) o paciente descreve como sendo incompatíveis com o que ele realmente pensa ou acredita. Os pensamentos são invasivos e não cedem às tentativas de a pessoa tirá-los da cabeça. Assim, ela costuma tentar realizar rituais, que se manifestam através de lavagens repetidas das mãos ou do corpo, perguntas repetitivas, fechar ou trancar portas ou janelas sucessivamente, verificar se apagou o fogão várias vezes seguidas e muitos outros. Por vezes, os rituais ocorrem apenas em pensamentos, nos quais o paciente tenta combater seus pensamentos desagradáveis contrapondo outros ou rezando em pensamento.
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O transtorno bipolar tem, como o próprio nome dá a entender, dois "polos": o depressivo e o maníaco.
 
Quando a pessoa está no polo depressivo, sente-se desanimada, triste, sem conseguir sentir prazer naquilo de que gostava, antigamente. Pode ter uma série de pensamentos tristes como lembranças de fatos tristes do passado, sentimentos de culpa intensos, pessimismo em relação ao futuro, a maior parte do tempo. Seu apetite pode aumentar demais ou diminuir. O desejo sexual diminui. O sono é exagerado ou a pessoa tem insônia. Pode ter dificuldades de concentração. Muitas vezes as pessoas sentem que seria melhor morrer do que sofrer como sofrem; em alguns casos, pensam mesmo em se matar ou chegam a tentar o suicídio. Esta fase pode durar até meses.
 
Na fase maníaca, a pessoa fica acelerada, eufórica, muitas vezes excessivamente alegre e exaltada. Fala e pensa muito rápido, por vezes tão rápido que "perde o fio da meada". Dorme menos, o desejo sexual aumenta, a pessoa se sente poderosa e, muitas vezes, passa a gastar muito dinheiro. Em alguns casos, ao invés de excessivamente alegre, a pessoa fica extremamente irritada. Este quadro pode durar dias a semanas e, em alguns casos (mais raros) até meses.
 
Entre estas fases, as pessoas podem ficar normais, por períodos de dias, semanas, meses ou anos.
 
Ter oscilações de humor é algo normal e, em algumas pessoas é mais frequente que em outras. Por sua vez, o transtorno bipolar é um quadro grave e deve ser diagnosticado por um psiquiatra.
 
Quando tratadas, muitas pessoas levam uma vida normal e param de ter recaídas.
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Delírio, que significa ideias ou convicções que não são verdadeiras e não se pode convencer o paciente do contrário; alucinações; agressividade; agitação psicomotora; dentre outros sintomas. Na suspeita de psicose, deve-se levar o paciente para uma avaliação com psiquiatra o mais rápido possível!
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Psicose é todo quadro em que a pessoa perde algum aspecto de seu vínculo com a realidade: pode envolver delírios, alucinações ou, por vezes, ela se manifesta apenas através de comportamentos bizarros ou um pensamento muito desconexo.
Delírios - a pessoa pensa que está sendo perseguida; que há um complô contra ela; que as pessoas na rua sabem o que ela pensa; que ela é especial, escolhida por Deus ou mesmo o próprio Deus. Há muitos tipos de delírio e a característica comum a todos eles é que estes pensamentos não cedem à argumentação - por mais que se explique e se dê provas ao contrário, a pessoa continua acreditando neles.
Alucinações - podem ser a visualização de objetos ou seres que não estão lá, na realidade. Entretanto, geralmente, são alucinações auditivas ou seja, a pessoa ouve vozes que lhe dão ordens, comentam seus atos, conversam entre si, dão conselhos etc.
Comportamentos bizarros - a pessoa tira as roupas, assume posturas desconfortáveis nas quais permanece por longos períodos, de modo inadequado e fora do contexto; movimentos repetitivos e complexos sem que a pessoa perceba que eles são inadequados, despropositados; risos imotivados.
Estão entre os quadros psicóticos as esquizofrenias, o transtorno esquizo-afetivo, a depressão psicótica, o transtorno bipolar psicótico, o transtorno delirante, o transtorno esquizofreniforme e, ainda, alguns outros quadros que não são classificados.
Qualquer pessoa com suspeita de quadro psicótico deve ser avaliada por um psiquiatra pois, em geral, o quadro não desaparece sozinho ou, quando desaparece, tende a voltar, quando não tratado.
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Seu filho pode ser atendido por qualquer bom psiquiatra. Realmente, ele está no limite entre a infância e a idade adulta, na fase da adolescência.
A maioria dos problemas que ocorre em crianças é semelhante àqueles que ocorrem em adultos. Entretanto, existem alguns problemas mais predominantes em crianças ou, pelo menos, diagnosticados com maior frequência nelas (transtornos do espectro do autismo e transtorno de hiperatividade - déficit de atenção, por exemplo). Assim, existem psiquiatras especialistas em crianças e adolescentes.
Entretanto, no caso de um menino de 16 anos, dificilmente haverá algum problema que seja diferente daquele que se vê em adultos. O mais importante é que o psiquiatra que vá atendê-lo goste de adolescentes e saiba falar a linguagem deles.