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Psiquiatria - Perguntas respondidas

Há seis meses estou tomando escitalopram, zolpidem e alprazolam e continuo tendo crises de ansiedade e pânico, muito enjoo. De uns dias para cá, sinto tremedeira nas pernas e muita dor de cabeça. Luto para não tomar o alprazolam, mas não consigo.
  • As crises de pânico se caracterizam por sensação súbita de medo, desespero ou angústia (muitas vezes, a pessoa sente que vai morrer), acompanhados de sintomas como falta de ar, tontura, vista embaçada, tremores, suor, palpitações no peito, sensações desagradáveis na barriga, formigamento, sensação de estar andando sobre nuvens ou outros sintomas físicos.

    Quando estas crises aparecem com uma frequência grande, elas são diagnosticadas como transtorno de pânico e, frequentemente, são tratadas com medicações.

    As principais medicações para o tratamento do pânico são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, dos quais o escitalopram é um exemplo.

    Em casos mais graves, principalmente no início do tratamento, usam-se algumas medicações do grupo dos benzodiazepínicos como, por exemplo, o alprazolam.

    A vantagem dos benzodiazepínicos é que eles trazem um alívio rápido das crises, enquanto medicações como o escitalopram podem demorar semanas para agir adequadamente. A desvantagem dos benzodiazepínicos é que podem causar problemas de coordenação motora e memória. Os problemas de memória podem ser tão mais graves quanto maior a dose e maior o tempo de uso. Em pessoas acima dos 60 anos, também, devem ser evitados, sempre que possível, pois podem causar quedas. Os benzodiazepínicos devem ser evitados, sempre que possível e, quando necessários, de modo geral, devem ser usados por apenas algumas semanas. Apenas em casos muito graves de pânico, nos quais toda a outra gama de medicações disponíveis não tenha funcionado é que se justifica o tratamento, a longo prazo, com medicações do tipo alprazolam.

    Em relação ao zolpidem, trata-se de uma medicação criada para o tratamento de quadros de insônia e, em princípio, não tem nenhuma indicação no tratamento do pânico, em si. Ele tem efeitos colaterais semelhantes aos benzodiazepínicos, incluindo problemas de memória. Assim, também, sempre que possível, deve ser evitado e se deve tratar a insônia com outras medidas como, por exemplo, a higiene do sono.

    O enjoo, a tremedeira nas pernas e a dor de cabeça, se estão ocorrendo dentro das suas crises de pânico, são parte delas, pois as crises de pânico incluem vários sintomas físicos. Neste caso, deve falar com seu psiquiatra para verificar se as doses de medicação que toma estão sendo adequadas, se você já tomou por tempo suficiente para sentir seu efeito ou se elas devem ser substituídas por outras medicações.

    Se os sintomas de enjoo, tremedeira e dor de cabeça estiverem ocorrendo fora das crises, podem ter muitas causas, desde uma ansiedade excessiva até causas clínicas que podem requerer a avaliação de um clínico geral.

    Em relação à sua dificuldade de parar o alprazolam, é uma situação frequente: um dos aspectos negativos das medicações da família do alprazolam (veja meus comentários acima) é que é difícil de parar de tomá-las, em muitos casos. Este problema tem duas soluções:

    1 - primeiramente, é necessário que suas crises de pânico estejam totalmente ou quase totalmente controladas através de um tratamento adequado com outro tipo de medicação como, por exemplo, o próprio escitalopram;

    2 - quando você estiver controlado(a) ou quase controlado(a) das crises de pânico, o alprazolam pode ser diminuído bem lentamente, pelo médico; a velocidade de diminuição deve ser a máxima que o(a) paciente suporte com frequente; por vezes, a gente demora meses para conseguir retirar a medicação; o importante é sempre diminuir um pouco e, uma vez que tenha sido feita a diminuição, não retornar à dose anterior - é melhor retirar bem devagarinho e sempre.

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    Dr. Ivan Mario Braun
    Dr. Ivan Mario Braun
    Psicoterapia
    Psiquiatria
    São Paulo / SP
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  • Procure seu psiquiatra para ajuste da dose das medicações. O tratamento medicamentoso está correto. Procure também um psicoterapeuta comportamental.

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    Dr. Marcelo Marui Biondo
    Dr. Marcelo Marui Biondo
    Psiquiatria
    Psiquiatria da Infância e Adolescência
    São Paulo / SP
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Dr., meu menino tem 11 anos começou a ver imagem na escola de um espírito com vestido azul e falando na cabeça dele para se cortar, se enforcar, cada vez é uma situação. O que devo fazer?
  • Um relato de ver imagens que dão ordens pode ser consequência de uma série de problemas:

     

    1) quadros psicóticos, nos quais a pessoa perde o vínculo com a realidade e passa a ver e ouvir coisas que não estão presentes;

     

    2) quadros de crises epilépticas, onde alterações cerebrais levam às mais diversas alterações psíquicas, que ocorrem de modo espontâneo e são, em geral, autolimitadas, durando poucos minutos;

     

    3) fantasias; por vezes, em crianças, fantasias podem tornar-se muito fortes e serem descritas como se fossem reais; isto é mais comum em crianças pequenas e não em pré-adolescentes;

     

    4) evitação da escola: às vezes, para evitar a escola, crianças inventam uma série de mal-estares relacionados à escola.

     

    Os dados que você forneceu são muito poucos e as explicações acima podem não cobrir todas as possibilidades. É essencial consultar um psiquiatra que tenha experiência com crianças.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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    Psicoterapia
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    São Paulo / SP
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  • Procure um psiquiatra com urgência, seu menino precisa ser medicado, pois já apresenta sintomas psicóticos. Pode ser um quadro de depressão grave associado. Procure também um psicólogo para ajuda.

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    Dr. Marcelo Marui Biondo
    Dr. Marcelo Marui Biondo
    Psiquiatria
    Psiquiatria da Infância e Adolescência
    São Paulo / SP
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Um neurologista pode tratar uma adolescente com SUSPEITA de ter transtorno de borderline? Porque a única psiquiatra infantil que achei na UNIMED disse que ACHAVA que ela tinha transtorno de conduta e ela não tem nenhum sintoma disso.
  • Os diagnósticos de transtornos de personalidade (por exemplo, transtornos de conduta, em crianças ou transtorno borderline) são com frequência de diagnóstico difícil, pois as pessoas que têm estes distúrbios frequentemente não dão respostas claras ou confiáveis sobre seus problemas. Frequentemente há necessidade de se consultar a pessoa várias vezes e falar com familiares para se ter certeza.

     

    Além disto, comportamentos borderline, por vezes, podem estar presentes em pessoas que estejam desenvolvendo um transtorno bipolar ou que já sejam bipolares, porém com sintomas de reconhecimento mais difícil.

     

    Assim, mesmo com profissionais cuidadosos, por vezes o diagnóstico inicial é apenas uma suspeita bem fundamentada e não uma certeza.

     

    Apesar de que, no Brasil, é permitido a qualquer médico tratar qualquer doença, mantidas as exceções, neurologistas não estão aptos a tratar de problemas psiquiátricos como a personalidade borderline.

     

    Quanto ao transtorno de conduta, trata-se de um comportamento de violação de regras e comportamento frequentemente agressivo que causam prejuízos mais ou menos graves a pessoas ou animais. É, praticamente, o correspondente infantil do transtorno de personalidade antissocial do adulto (comumente chamado de "psicopata" ou "sociopata").

     

    Assim, em princípio, se tem alguma dúvida quanto ao diagnóstico, o mais indicado seria voltar à psiquiatra e pedir mais explicações ou consultar um outro psiquiatra. Infelizmente, também, médicos de convênios podem ter tempo e número de retornos insuficiente para agilizarem um diagnóstico difícil e, com isto, os pacientes saem prejudicados. Mas, insista: é um direito seu ter a duração de consulta suficiente e ter o número de consultas suficiente para fazer um bom diagnóstico e um bom tratamento.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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  • Em geral, é o psiquiatra que trata transtornos de personalidade. Para tratar adolescentes o psiquiatra deve ter a especialização em Psiquiatria da Infância e da Adolescência. Não se fala em transtorno de personalidade para adolescentes, pois a personalidade ainda está em formação.

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    Dr. Marcelo Marui Biondo
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    Psiquiatria da Infância e Adolescência
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Minha filha de 15 anos apresenta traços de transtorno borderline e foi-lhe indicado oxcarbazepina, que toma desde outubro de 2014. Os episódios de instabilidade de humor ainda são muito frequentes. Seria a quetiapina mais eficaz? Obrigada!
  • O transtorno de personalidade borderline é um problema que se caracteriza por uma grande instabilidade em várias áreas da vida: profissional, afetiva, educacional e mesmo sexual. Muitas vezes se associa a sintomas depressivos, psicóticos (perda do sentido de realidade) e uso de drogas. Podem ocorrer também comportamentos agressivos com outros e auto-agressivos.

     

    Claramente, em alguns casos, pessoas com sintomas borderline acabam desenvolvendo transtorno bipolar e pelo menos uma parte dos casos de borderline pode ter relação com o transtorno de personalidade borderline.

     

    A quetiapina é uma medicação criada para o tratamento de pessoas com esquizofrenia mas se mostrou útil também no tratamento do transtorno bipolar e de quadros como depressão psicótica. É um bom estabilizador do humor e, em casos de pessoas que tenham sintomas borderline como parte de um espectro bipolar, poderia ser útil.

     

    A oxcarbazepina é uma medicação criada para combater crises epilépticas e que não apresenta, de modo geral, evidências de utilidade em problemas psiquiátricos. Mas, logicamente, este tipo de conduta fica sempre a critério médico.

     

    Entretanto, o transtorno de personalidade borderline não tem um tratamento específico, sendo tratado de acordo com a sintomatologia predominante (depressão, impulsividade, uso de álcool etc.) e com psicoterapia.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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  • Precisaria conhecer o caso da sua filha a fundo para sugerir alguma conduta medicamentosa. Procure um psiquiatra da sua confiança para responder a esta pergunta.

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    Dr. Marcelo Marui Biondo
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Tenho uma pessoa na minha família que está com problemas de achar que está doente. Fez todos os exames e não deu nada e ela continua sentindo vários sintomas.
  • Pessoas que sentem sintomas e fazem exames sem resultados positivos podem continuar tendo problemas por vários motivos:

    - podem ter algum problema clínico que não tenha sido descoberto, apesar dos exames;

    - pessoas muito ansiosas por vezes sentem dores, tensões, náuseas, batimentos cardíacos acelerados e outros sintomas físicos (como ocorre, por exemplo, nas crises de pânico) e os clínicos não detectam nada nos exames;

    - pessoas com depressão podem ter ansiedade associada e, da mesma forma que nas ansiosas "puras", apresentar sintomas físicos;

    - pessoas com depressão podem ficar mais sensíveis a dores e apresentar sintomas dolorosos que normalmente não seriam percebidos;

    - existem pessoas com um transtorno chamado de "transtorno ansioso de adoecimento" (antigamente chamado de "hipocondria") que, associado a um alto grau de ansiedade, têm uma preocupação excessiva com a própria saúde e valorizam em demasiado quaisquer pequenos sintomas e têm sempre receio de que seja algo grave;

    - existe um distúrbio denominado de fibromialgia, em que pessoas sentem dores em músculos e articulações sem aparente causa clínica e com exames normais; possivelmente, se trata, também, de um aumento da sensibilidade a certos tipos de dor;

    - eventualmente, pessoas com quadros psicóticos (perda do contato com a realidade) podem ter ideias delirantes de que estão doentes; isto ocorre com alguma frequência em quadros depressivos graves, chamados de "depressão psicótica".

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    Dr. Ivan Mario Braun
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  • Pode ser hipocondria ou um transtorno de ansiedade. Procure um psiquitra para ajuda.

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Atenção: as informações contidas nesta página não visam substituir as orientações do seu médico. Sua pergunta será encaminhada aos especialistas do catalogo.med.br, não sendo obrigatoriamente respondida pelos profissionais listados acima.