Psiquiatria - Perguntas respondidas
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A depender da intensidade dos sintomas, se leves, moderados ou graves, o tratamento deve ser individualizado. Pode variar de acompanhamento psicológico a uso de medicamentos, ou ambos. Existem, ainda, tratamentos fora dessa esfera, como estimulação magnética transcraniana. O ideal é que procure um psiquiatra para uma avaliação pormenorizada.
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No tipo de crises que você está tendo, com todos estes sintomas físicos, geralmente está havendo ativação de uma parte do sistema nervoso que se chama Sistema Nervoso Autônomo (SNA), responsável pela ativação do organismo em situações de estresse, medo, fome, necessidade de lutar.
O SNA pode estar sendo ativado por vários mecanismos, inclusive muitos físicos - problemas cardíacos, hormonais ou neurológicos.
Frequentemente, entretanto, quando há uma exclusão confiável de causas físicas, o que está ocorrendo são crises de ansiedade.
A ansiedade, um fenômeno relacionado também à angústia e ao medo, é uma reação normal do organismo a situações estressantes. Entretanto, ela pode se tornar exagerada, em algumas circunstâncias e, especialmente, em algumas pessoas, mais predispostas. Nestes casos, diz-se que a ansiedade é "patológica" (o que significa o mesmo que doentia) e deve ser tratada. O estresse que leva à ansiedade leva a uma ativação do SNA e, assim, a pessoa tem não somente sintomas psíquicos (como, por exemplo, medo, ideias de que vai morrer ou, como no seu caso, sensações de que está fora de si) como, também, físicos (falta de ar, tontura, dor de cabeça, sensação de que vai desmaiar, tremores, sensação de fraqueza). O quadro geral de ansiedade, além disto, pode explicar o aparecimento de insônia.
Comumente, estes picos de ansiedade podem aparecer numa pessoa que já esteja ansiosa, grande parte do tempo; podem aparecer, também, em situações como quando a pessoa vai a lugares cheios, fechados ou muito altos (só como exemplo). Outras vezes, entretanto, podem aparecer subitamente, vindo "do nada": a pessoa estava se sentindo normal e, de repente, tem uma crise como a que você descreve. Nestes casos, chamamos a crise de "pânico" e, quando a pessoa tem as crises com uma frequência grande, chamamos de "transtorno de pânico".
O transtorno de pânico deve ser tratado pois não costuma desaparecer sozinho e pode piorar como o tempo. Além disto, pessoas com pânico frequentemente desenvolvem medos exagerados ("fobias") de lugares cheios de gente ("agorafobia") e, em casos mais graves, após um tempo prolongado sem tratamento, há pessoas que não conseguem nem sair de casa.
Felizmente, o pânico (e a ansiedade, de modo geral), tem bons tratamentos, medicamentosos e também psicoterápicos. Dentre os medicamentosos se salientam os inibidores seletivos de recaptação de serotonina como, por exemplo, a fluoxetina, a sertralina, a venlafaxina e outros. Estes são a primeira opção no tratamento, pelo perfil de poucos efeitos colaterais e baixo risco; em caso de falha ou, no caso de alguns pacientes que não toleram estas medicações, entretanto, existem outras opções. De modo geral, apenas, deve ser evitado o uso prolongado dos benzodiazepínicos (medicações "tarja preta"), pois podem levar à dependência, dificuldades de memória e quedas. No caso de pessoas acima dos 60 anos, seu uso deve ser evitado mesmo a curto prazo.
Dentre as técnicas psicoterápicas, as mais estudadas na abordagem do pânico e das fobias que a ele podem estar relacionadas são a terapia comportamental cognitiva e a comportamental. Mais recentemente, tem sido feitas pesquisas com um tipo de terapia chamada de Terapia de Aceitação e Compromisso, com alguns resultados favoráveis. Entretanto, de modo geral, medicações devem ser utilizadas, além da psicoterapia.
Finalmente, é importante que fique claro que somente um psiquiatra habilitado pode lhe dar certeza quanto ao seu diagnóstico, pois, além do que se disse acima, os picos de ansiedade podem aparecer no contexto de outros transtornos psiquiátricos como, por exemplo, depressões.
Além disto, o(a) psiquiatra que você consultar poderá e deverá checar se você já fez todos os exames para garantir que não possui nenhuma causa física para seu problema.
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A psiquiatria da infância e adolescência é uma subespecialidade da psiquiatria e é exercida por médicos psiquiatras que se especializam no atendimento de crianças e adolescentes. Além da psiquiatria da infância e adolescência, existem outras subespecialidades da psiquiatria: psicogeriatria, psiquiatria forense e psicoterapia.
Atenciosamente,
Dra. Luciana Bernal.
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Olá, primeiro é importante ressaltar que não se deve interromper o uso de um medicamento sem antes consultar o seu médico. Segundo, o uso de Zoloft, cujo princípio ativo é a sertralina, não costuma dar ganho de peso, especialmente dessa magnitude. Seria interessante consultar o psiquiatra e um clínico geral ou endocrinologista (estes para auxiliar no diagnóstico diferencial sobre o que está causando o ganho de peso).
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O zoloft (sertralina), pertence à classe dos antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. Existem outras medicações dessa mesma classe. É importante que você e sua filha conversem com o médico que prescreveu o zoloft para saberem se a troca é indicada e por qual medicação. Também é importante ressaltar que a medicação não deve ser retirada por conta própria, sempre com o acompanhamento médico.
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Em caso de alcoolismo sugiro que busque o CAPS Álcool e Drogas do seu município para avaliação da situação junto com os profissionais do serviço. Caso não tenha sucesso e o paciente não queira ajuda ou não aceite ir ao CAPS se tratar. Sugiro entrar em contato com a defensoria pública solicitando avaliação para internação compulsória.