Psiquiatria - Perguntas respondidas
-
O choro pode ter as mais variadas causas. A depressão se caracteriza por uma tristeza ou desânimo profundos, perda da capacidade de sentir prazer e da motivação, associado a problemas como insônia ou excesso de sono, perda ou excesso de apetite, lentidão dos movimentos ou agitação ou inquietação, dificuldades de pensar ou concentrar-se, pensamentos tristes e pessimistas que podem chegar a ideias de querer morrer ou mesmo de matar-se, sentimentos de culpa excessivos. Nem sempre as pessoas com depressão comunicam o que sentem, apesar de que a maioria, quando perguntada a respeito, admite sentir e pensar desta forma. Porém, muitas vezes se percebe as alterações justamente porque a pessoa apresenta-se excessivamente chorosa ou irritada.
 
Entretanto, o choro sem motivo pode ocorrer no contexto de algumas lesões cerebrais, também. Outra situação possível é quando a pessoa não se sente à vontade de contar o motivo pelo qual está chorando.
 
É importante que consulte um psiquiatra com prática com pacientes idosos.
-
Há inúmeras possibilidades de diagnóstico para a sua filha, apenas com seu relato inicial não dá pra fazer um diagnóstico definitivo. O diagnóstico só pode ser estabelecido a partir de uma consulta clínica e exame clínico. Sua filha pode estar tendo sintomas de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), TAB (Transtorno Afetivo Bipolar), Depressão ou mesmo ansiedade. Abraço.
-
Há muitas possibilidades para explicar o comportamento de sua filha: transtorno de déficit de atenção-hiperatividade pode interferir na concentração, mas NÃO é possível dizer que ela tenha este problema somente por ter dificuldades de concentração. Oscilações de humor podem ocorrer em crianças com tendências à depressão, assim como irritabilidade excessiva. Ela pode estar tendo problemas interpessoais, tais como estar sendo vítima de assédio ou bullying. Mesmo doenças físicas podem levar a alguns destes sintomas.
Você deve necessariamente conversar com os professores dela, com os orientadores, na escola e investigar o que está acontecendo por lá. Consulte um pediatra para ver como está a saúde dela. Sugiro que conversem também, com um psicólogo, juntas, para desenvolverem uma relação aberta, na qual aprendam a falar sobre todos os assuntos uma com a outra, de modo que consiga conhecer sua filha cada vez melhor. Quanto melhor você souber o que ocorre com ela, que dificuldades enfrenta, quais são seus pontos fortes e fracos, quem são seus amigos, quais os lugares que frequenta, quem são os pais dos amigos, tanto maior será seu controle sobre ela e melhor poderá ajudá-la, nos momentos de necessidade. Os pais de amigos dela poderão, talvez, estar enfrentando problemas semelhantes aos seus e vocês poderão trocar ideias e se aconselhar.
Faça uma consulta também com um psiquiatra com experiência em crianças e adolescentes, para verificar se sua filha tem algum transtorno que requeira tratamento.
É possível que não haja necessidade de todas estas medidas, porém se você adotá-las, sua segurança com certeza será maior.
-
O álcool faz parte dos transtornos de uso de substâncias. Traduzindo em linguagem popular, álcool é droga. Apenas que álcool é uma droga legalizada. Infelizmente, enquanto muito se fala da maconha (que também é prejudicial), o álcool continua sendo uma das maiores fontes de prejuízos em nossa sociedade.
A maioria das pessoas com transtorno por uso de álcool (chamado antigamente de "alcoolismo", "abuso de álcool" ou "dependência de álcool") consegue ficar períodos variados sem beber. A maioria dos alcoólatras não são pessoas que bebem grandes quantidades, diariamente e adormecem nas sarjetas. A maioria são pessoas trabalhadeiras e decentes, mas que prejudicam suas vidas pelo uso de bebidas alcoólicas.
O álcool, assim como as outras drogas, deixa uma espécie de "memória" no cérebro. Quando a pessoa para de usar a droga, fica se lembrando dela, fica desejando-a. É mais ou menos como quando alguém perde um amor: em vários momentos, em várias situações, a pessoa se lembra e sente saudades do amor perdido; uma música, uma comida, um horário em que se falavam, um lugar, tudo pode fazer a pessoa sentir saudades. Da mesma forma como ocorre com os amores perdidos, se a pessoa ficar muito tempo sem beber, aos poucos vai deixando de sentir tantas saudades. Pode nunca se esquecer e, se encontrar o antigo amor, pode sempre ter uma recaída, mas se não o encontrar, o sofrimento vai aos poucos diminuindo e a vida vai voltando a ter sentido sem a presença do amor perdido, aprende-se a viver e ter prazeres sem ele ou ela.
Existem tratamentos para o alcoolismo, tanto psicoterapias quanto alguns medicamentos, mas todos eles só funcionam se a pessoa quiser se tratar. Não adianta dar remédio escondido, não adianta fazer internações com meses e anos de duração. Se a própria pessoa tem a consciência de que se deve tratar, é o melhor. Senão, a família pode pressionar, exigir, impor condições e insistir para que a pessoa se trate. Existe tratamento para alcoolismo tanto em postos de saúde públicos, quanto em medicina de convênios e atendimento particular. -
O seu marido encontra-se com um quadro de dependência de bebida alcoólica e precisa de uma avaliação especializada para ser orientado e realizar acompanhamento multiprofissional para essa patologia.
-
A maioria das medicações psiquiátricas não causa dependência.
As únicas que têm o potencial de causar dependência são os benzodiazepínicos (BZD), que são os "tarja preta"; as "drogas Z", como o zopiclone e o zolpidem; as anfetaminas, como a lisdexanfetamina e o metilfenidato. Mesmo estas não costumam dar dependência em pessoas com acompanhamento psiquiátrico e quando bem indicadas. É mais provável que causem dependência naquelas que as usem para "dar barato". Assim, o psiquiatra deve evitar prescrevê-las para pessoas que abusem de drogas.
Não se deve confundir dependência com o fato de que muitos remédios precisam ser usados durante a vida toda. Infelizmente, muitos transtornos psiquiátricos não têm cura, apenas podem ser controlados. Isto não ocorre apenas na Psiquiatria: na Medicina Interna, doenças como a asma, a hipertensão arterial, as doenças reumatológicas também geralmente necessitam de tratamento a vida inteira. Nestes casos, as pessoas são acompanhadas pelo médico e, ao longo do tratamento, podem ser feitas reduções de doses, mas não se recomenda a total suspensão das medicações.
Já quanto aos efeitos colaterais, pode-se dizer que não existe NENHUMA medicação que não tenha nenhum efeito colateral, pelo menos potencialmente. Mesmo aquele comprimidinho de Aspirina* (ácido acetil-salicílico) que você toma dá aquela azia, lembra? Medicação que não tem efeito colateral nenhum é porque, possivelmente, nem é medicação. Por exemplo, "floral de Bach" não é medicação (mas mesmo ele pode ter efeito colateral, porque pode conter álcool) e muitas medicações homeopáticas também não merecem o rótulo de remédio e nem tem ação comprovada.
Por outro lado, para que um remédio tenha seu uso justificado, sempre se requer que seus benefícios sejam maiores que os efeitos colaterais. Assim, para doenças graves, justificam-se remédios com efeitos colaterais mais sérios. Mas, a maioria das medicações psiquiátricas, atualmente, tem efeitos colaterais bastante suportáveis que, com acompanhamento psiquiátrico, clínico, nutricional e exercícios físicos adequados não costuma trazer consequências sérias na grande maioria das pessoas.
-
Desculpe, mas sua pergunta não está clara. Se puder repeti-la com mais detalhes, terei o maior prazer em responder.