Psiquiatria - Perguntas respondidas
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O transtorno bipolar tem, como o próprio nome dá a entender, dois "polos": o depressivo e o maníaco.
 
Quando a pessoa está no polo depressivo, sente-se desanimada, triste, sem conseguir sentir prazer naquilo de que gostava, antigamente. Pode ter uma série de pensamentos tristes como lembranças de fatos tristes do passado, sentimentos de culpa intensos, pessimismo em relação ao futuro, a maior parte do tempo. Seu apetite pode aumentar demais ou diminuir. O desejo sexual diminui. O sono é exagerado ou a pessoa tem insônia. Pode ter dificuldades de concentração. Muitas vezes as pessoas sentem que seria melhor morrer do que sofrer como sofrem; em alguns casos, pensam mesmo em se matar ou chegam a tentar o suicídio. Esta fase pode durar até meses.
 
Na fase maníaca, a pessoa fica acelerada, eufórica, muitas vezes excessivamente alegre e exaltada. Fala e pensa muito rápido, por vezes tão rápido que "perde o fio da meada". Dorme menos, o desejo sexual aumenta, a pessoa se sente poderosa e, muitas vezes, passa a gastar muito dinheiro. Em alguns casos, ao invés de excessivamente alegre, a pessoa fica extremamente irritada. Este quadro pode durar dias a semanas e, em alguns casos (mais raros) até meses.
 
Entre estas fases, as pessoas podem ficar normais, por períodos de dias, semanas, meses ou anos.
 
Ter oscilações de humor é algo normal e, em algumas pessoas é mais frequente que em outras. Por sua vez, o transtorno bipolar é um quadro grave e deve ser diagnosticado por um psiquiatra.
 
Quando tratadas, muitas pessoas levam uma vida normal e param de ter recaídas.
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Delírio, que significa ideias ou convicções que não são verdadeiras e não se pode convencer o paciente do contrário; alucinações; agressividade; agitação psicomotora; dentre outros sintomas. Na suspeita de psicose, deve-se levar o paciente para uma avaliação com psiquiatra o mais rápido possível!
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Psicose é todo quadro em que a pessoa perde algum aspecto de seu vínculo com a realidade: pode envolver delírios, alucinações ou, por vezes, ela se manifesta apenas através de comportamentos bizarros ou um pensamento muito desconexo.
Delírios - a pessoa pensa que está sendo perseguida; que há um complô contra ela; que as pessoas na rua sabem o que ela pensa; que ela é especial, escolhida por Deus ou mesmo o próprio Deus. Há muitos tipos de delírio e a característica comum a todos eles é que estes pensamentos não cedem à argumentação - por mais que se explique e se dê provas ao contrário, a pessoa continua acreditando neles.
Alucinações - podem ser a visualização de objetos ou seres que não estão lá, na realidade. Entretanto, geralmente, são alucinações auditivas ou seja, a pessoa ouve vozes que lhe dão ordens, comentam seus atos, conversam entre si, dão conselhos etc.
Comportamentos bizarros - a pessoa tira as roupas, assume posturas desconfortáveis nas quais permanece por longos períodos, de modo inadequado e fora do contexto; movimentos repetitivos e complexos sem que a pessoa perceba que eles são inadequados, despropositados; risos imotivados.
Estão entre os quadros psicóticos as esquizofrenias, o transtorno esquizo-afetivo, a depressão psicótica, o transtorno bipolar psicótico, o transtorno delirante, o transtorno esquizofreniforme e, ainda, alguns outros quadros que não são classificados.
Qualquer pessoa com suspeita de quadro psicótico deve ser avaliada por um psiquiatra pois, em geral, o quadro não desaparece sozinho ou, quando desaparece, tende a voltar, quando não tratado.
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Seu filho pode ser atendido por qualquer bom psiquiatra. Realmente, ele está no limite entre a infância e a idade adulta, na fase da adolescência.
A maioria dos problemas que ocorre em crianças é semelhante àqueles que ocorrem em adultos. Entretanto, existem alguns problemas mais predominantes em crianças ou, pelo menos, diagnosticados com maior frequência nelas (transtornos do espectro do autismo e transtorno de hiperatividade - déficit de atenção, por exemplo). Assim, existem psiquiatras especialistas em crianças e adolescentes.
Entretanto, no caso de um menino de 16 anos, dificilmente haverá algum problema que seja diferente daquele que se vê em adultos. O mais importante é que o psiquiatra que vá atendê-lo goste de adolescentes e saiba falar a linguagem deles.
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A falta de sono e a anorexia (falta de apetite) ocorrem numa série de transtornos psiquiátricos: quadros depressivos, ansiosos e mesmo psicóticos.
Ter medo do escuro pode, também, ter várias origens, que vão desde fobia de escuridão, estresse pós-traumático, pesadelos e, também, quadros psicóticos nos quais a pessoa esteja tendo alucinações e delírios relacionados ao escuro.
Quanto a "estar vendo coisas", é possível que esteja tendo alucinações (ou seja, vendo coisas que não estão realmente lá) como parte de um quadro psicótico (de perda da noção do que é real) ou mesmo como um fenômeno natural que ocorre quando a pessoa está acordando, adormecendo ou muito sonolenta.
Assim, faltam informações suficientes para poder dar uma ideia mais precisa do que possa estar ocorrendo com seu filho. Mas, claramente, ele precisa de uma avaliação psiquiátrica na qual, conversando com ele e com você, o psiquiatra poderá encontrar a causa dos problemas dele.
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A depressão e as crises de pânico são tratadas, preferencialmente, com medicações inibidoras de recaptação de serotonina. O Venlaxin*, cujo princípio ativo é a venlafaxina, é uma destas medicações.
Se a venlafaxina que você está usando não foi suficiente para, sozinha, acabar com sua depressão e as crises de pânico, é possível que:
1. a dose dela não seja suficiente, no seu caso;
2. você não a tenha tomado por tempo suficiente;
3. você tenha um quadro que não tem boa resposta à venlafaxina.
Na terceira situação, podem ser tomadas várias medidas, tais como troca da medicação ou acréscimo de outros remédios para aumentar o efeito da venlafaxina.
É possível que, no seu caso, o médico tenha feito esta última opção e por isto acrescentou o Ansitec* (buspirona) e o alprazolam.
Quanto à dificuldade de entender e ao esquecimento, eles podem decorrer da própria ansiedade e da depressão, ter uma causa independente (por exemplo, déficit de atenção ou sintomas de amnésia de origem orgânica) ou ser consequência do uso do alprazolam. O alprazolam é uma medicação do grupo dos benzodiazepínicos e, hoje em dia, a não ser em casos excepcionais, recomenda-se que este tipo de remédios seja usado por um máximo de algumas semanas, pois um de seus principais efeitos colaterais são as dificuldades de memória. Estas dificuldades podem aumentar com a quantidade usada e o tempo de uso e, em alguns casos, mesmo depois da retirada da medicação, os problemas de memória podem não desaparecer completamente.