Psiquiatria - Perguntas respondidas
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O tratamento destes problemas é muito longo e o acompanhamento médico também (de preferência, por psiquiatra).
 
O ideal é que, se o tratamento estiver dando certo, continue sempre com o mesmo psiquiatra, que já conhece sua esposa. Talvez possa combinar com ele de fazer retornos esporádicos, em seu estado.
 
Caso isto seja impossível, procure sem falta um psiquiatra no novo estado, para que sua esposa possa ser acompanhada pelo tempo necessário. Infelizmente, é frequente que pessoas que melhoraram parem o tratamento e piorem novamente, em semanas ou meses.
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O tratamento de depressão e ansiedade com medicamentos não deve ser menor do que 18 meses após a melhora do quadro psiquiátrico.
Por isso, se não for possível atendimento com o médico do seu estado, é fundamental continuar em outro estado, uma vez que cada médico só pode atuar (atender, diagnosticar, solicitar exames ou prescrever medicamentos no estado em que estiver cadastrado).
O Conselho regional de Medicina permite que um médico esteja apto a atender em apenas em 2 estados.
Ou seja, a receita de seu médico serve apenas no estado onde ele trabalha. (Muitos clientes passam algum aperto, ao tentar comprar medicamentos na praia ou em outras viagens de férias).
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Depressão: tristeza, desânimo, pessimismo, insônia ou excesso de sono, dificuldades de concentração, sensação de que não consegue ter prazer naquelas coisas que antigamente davam prazer, aumento excessivo ou diminuição do apetite, diminuição do desejo sexual, por vezes podem ocorrer ideias de que não vale a pena viver ("seria melhor Deus me levar") ou mesmo ideias de suicídio.
Ansiedade: sensação de ansiedade ou angústia percebida a pela própria pessoa, na maior parte do tempo; preocupações excessivas, sintomas físicos como suores, palpitações no peito, falta de ar, tremores, vontade frequente de urinar ou evacuar, sensação de aperto no peito ou de desconforto na região do estômago. Medo excessivo de problemas futuros (econômicos, de saúde) até fantasias persistentes de que possam ocorrer tragédias. Dificuldades de concentração, insônia. O distúrbio deve ser suficientemente grave para interferir no bem-estar na vida cotidiana da pessoa.
Pânico: crises frequentes e súbitas de mal-estar com angústia ou medo intensos (por vezes, a pessoa sente que vai morrer), acompanhado de sintomas semelhantes aos descritos para a ansiedade, acima (na verdade, o pânico é considerado um tipo de transtorno de ansiedade). As crises podem ocorrer espontaneamente ou em determinadas situações, como estar no meio de muita gente, em lugares fechados ou longe de casa.
Nem todos os sintomas precisam estar presentes para que se possa fazer o diagnóstico. O psiquiatra sabe, pelo número de sintomas e o tempo que ocorrem, se o diagnóstico pode ser feito ou não. -
Depressão pós-parto=tristeza, desânimo, melancolia, vontade de morrer ou de matar o(a) filho(a), alteração do sono e apetite, indisposição, crises de choro, queda da libido, disfunção sexual, diminuição de energia, fadiga, vive pensando nos sofrimentos do passado com culpa excessiva.
Transtorno do Pânico=crises intermitentes e agudas (duração 5-10 minutos) de taquicardia, angústia, ansiedade passageira, dor no peito sem causa cardíaca, falta de ar, palpitação, fechamento da garganta, sensação de iminência de morte.
Distúrbio de ansiedade=transtorno ansioso, pessoa que está sempre agitada, inquieta, sofre por antecipação, rói unhas, tem pensamentos perseverantes de preocupação com o futuro.
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Pode ser parte de uma depressão, sim, mas pode ser um transtorno de ansiedade, na linha das fobias. Fobias são, basicamente, medos exagerados. Elas frequentemente ocorrem em contextos como lugares fechados, estar no meio de muitas pessoas, estar em veículos automotores ou aviões e estar longe de casa. Outras vezes, ocorrem quando se precisa fazer algo na frente de outras pessoas. Há fobias de animais. Há até quem tenha fobias de palhaços de circo.
Nem todos que têm fobias têm depressão. Mas, por vezes, a fobia aparece no contexto de uma depressão e, quando se trata a depressão, ela melhora ou desaparece.
Se não houver depressão, apenas fobia, geralmente as técnicas comportamentais funcionam melhor que os remédios. Estas técnicas são exercícios nos quais a pessoa aprende, aos poucos, a enfrentar sem medo as situações que lhe trazem insegurança.
As dores de barriga e diarreia, possivelmente, fazem parte da ansiedade que ocorre junto com o comportamento de fobia. -
É importante avaliar se essa diarréia apresenta sinais de doença orgânica (perda de peso, sangue oculto, vivo ou escuro nas fezes), mesmo que seja agravada nas situações de stress. Essa avaliação pode ser feita por um clínico, um gastroenterologista ou mesmo um Psiquiatra Clínico.
 
Muitos pacientes com ansiedade e depressão apresentam Síndrome do Intestino Irritável, um quadro de diarreia ou prisão de ventre crônicos, cujo tratamento é feito por um gastroenterologista curiosamente com o uso de antidepressivos.
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Sensação de tristeza, desânimo, falta de prazer nas coisas que faz, mesmo naquelas das quais normalmente gosta. Insônia ou excesso de sono, falta de apetite ou apetite exagerado, dificuldades de concentração, ideias tristes ou negativas a seu próprio respeito e a respeito do mundo (vai do pessimismo exagerado a ideias de culpa ou pensamentos de que não há saídas para os problemas nem "luz no fim do túnel", por vezes, a pessoa sente que não vale a pena viver ou mesmo pensa em matar-se), diminuição do desejo sexual, dificuldade de fazer as tarefas de seu dia-a-dia (às vezes a pessoa faz tudo com perfeição, mas se sente mal e às custas de um tremendo esforço).
Nem todos os sintomas precisam estar presentes ao mesmo tempo e somente um psiquiatra pode decidir se se trata, realmente, de um caso de depressão e o tratamento que deve ser feito. -
Além de HUMOR (estado de ânimo) DEPRIMIDO (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e ANEDONIA (redução do prazer e interesse para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:
1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional)
2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva, praticamente diárias) - geralmente insônia terminal (acordar mais cedo do que o normal, com sono que não repousa e sonolência diurna nos quadros mais depressivos). Pode haver dificuldade em iniciar o sono (quadros com maior ansiedade). Nos dois casos o sono não é reparador.
3) problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias) - falta de energia para realizar as tarefas habituais
4) fadiga ou perda de energia constante
5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade)
6) dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se)
7) ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte)
8) baixa autoestima
9) alteração da libido (a redução da vontade de se relacionar sexualmente costuma ser um dos sintomas iniciais de um quadro depressivo)
Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. É uma doença de evolução insidiosa (lenta). No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição. -
Anedonia, crises de choro, desânimo, perda da libido e do apetite, emagrecimento ou ganho de peso excessivos, falta de energia, desespero, vontade de morrer ou de se suicidar, pensamentos negativos, desesperança, apatia, disfunção executiva, perda de produtividade, tristeza marcante, luto prolongado, entre outros.
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O transtorno bipolar se caracteriza por fases em que a pessoa passa dias ou semanas deprimida ou excessivamente alegre, eufórica ou irritada. Este segundo tipo de fase é denominado de fase "maníaca" e, além dos sintomas de humor a pessoa com frequência se sente muito capaz, mesmo poderosa e isto a leva a iniciar projetos ambiciosos, fazer compras excessivas, engajar-se em atividades comerciais e interpessoais de risco. Frequentemente, o desejo sexual aumenta e a necessidade de sono diminui; muitas vezes, a pessoa faz as coisas rápido demais e começa novas coisas antes de terminar a primeira (por exemplo, começa a lavar louças, não termina e vai fazer um trabalho no computador; antes de terminar, vai ler um livro e, logo em seguida, vai assistir à TV). A pessoa pode falar rápido demais, o que chega, por vezes, a fazer com que "perca o fio da meada". O próprio indivíduo pode sentir que seus pensamentos vêm tão rápido que não os consegue acompanhar. Em casos extremos, a pessoa perde a noção da realidade e se acredita mesmo em um Deus ou Jesus Cristo.
Em alguns casos, que se chamam "mistos", as fases podem ocorrer ao mesmo tempo ou se alternar num mesmo dia.
O transtorno bipolar é um quadro que jamais deve ser "diagnosticado" por pessoas leigas, pois não é um problema de mudar muito de humor, simplesmente. É extremamente frequente que pessoas leigas refiram-se a si mesmas ou a outras pessoas como "bipolares", pois "cada hora está de um jeito". Com isto, muitas vezes confundem com o transtorno bipolar oscilações de humor normais e decorrentes de outros fatores que não a bipolaridade.
Se houver suspeita de bipolaridade, deve-se procurar um psiquiatra.