Psiquiatria - Perguntas respondidas
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O objetivo do tratamento da depressão é a "remissão total", isto é, o tratamento de todos os sintomas depressivos. A remissão total envolve muitas vezes doses mais altas de antidepressivos, bem como o seguimento psicoterápico, atividades físicas e, eventualmente, outras modalidades de tratamentos complementares. Para isso o seguimento regular com um profissional é necessário, inclusive para que este profissional possa verificar se a dose está adequada e se outras formas de tratamento complementar são necessárias.
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Vou tentar complementar a resposta que você já recebeu de outro colega, que está correta.
 
Aparentemente, você tem uma depressão associada a sintomas de ansiedade. Alguns antidepressivos são mais eficazes que outros, neste tipo de quadro. Esta pode ser uma causa possível de sua ausência de controle.
 
Por outro lado, infelizmente, alguns casos de depressão, bem mais raros, mesmo tratados adequadamente, não são controlados.
 
Também existe a questão de se o(a) paciente está tomando as medicações adequadamente. Há muitas pessoas que, por medo de tomar medicações (medo de dependência, por exemplo) ou por sentirem efeitos colaterais, acabam não aceitando os remédios que o psiquiatra prescreve ou tomando doses erradas. Isto é uma causa frequente de a pessoa não ficar boa. Assim, é fundamental tomar as medicações corretamente, na dose prescrita pelo médico e pelo tempo adequado (geralmente, há necessidade de se experimentar um remédio por semanas ou meses e, se o efeito for adequado, pode haver necessidade de tomá-lo pelo resto da vida).
 
Quando as medicações foram usadas corretamente, pode haver necessidade de se utilizar alguns tipos de medicação que não são propriamente antidepressivos, mas podem ajudar na ação deles, tais como o pramipexol (usado na doença de Parkinson) ou hormônios tireoidianos.
 
Apesar de haver muito preconceito contra ele, um tratamento muito eficaz para alguns casos de depressão grave é a eletroconvulsoterapia (ECT), que tem o nome pejorativo de "eletrochoque". Ao contrário do que muitos pensam, trata-se de um tratamento indolor e sem efeitos colaterais graves. Ele é feito sob o efeito de uma leve anestesia geral e a aplicação de relaxantes musculares. A aplicação propriamente dita dura cerca de 2 segundos, durante os quais se faz passar uma corrente elétrica pelo cérebro. Quando indicado corretamente, é um tratamento seguro e que, algumas vezes, tem efeito mais rápido que o uso de antidepressivos.
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As dores de cabeça podem ser causadas pela ansiedade, pelo fato de esta levar a contrações musculares na região da cabeça, pescoço ou ombros; a ansiedade pode também desencadear uma enxaqueca, que é uma dor de cabeça de características pulsáteis (ou seja, a pessoa sente a cabeça latejando).
Se você sente sono o dia inteiro, é possível que, apesar de achar que dormiu bem, esteja ocorrendo algo anormal durante seu sono: por exemplo, pessoas que possuem obstruções respiratórias, muitas vezes têm episódios de sono superficial, durante a noite, e que não são percebidas. Isto pode levar à sonolência diurna. Este tipo de alteração pode ser detectada num exame chamado de polissonografia, que é feito durante uma noite inteira e detecta o ritmo cardíaco, a oxigenação do sangue, os movimentos dos olhos, a contração dos músculos e as ondas da atividade cerebral. A ansiedade também pode tornar o sono menos recuperador.
De toda forma, você deve fazer uma avaliação psiquiátrica e tratar a ansiedade. Se, por acaso, a dor de cabeça tiver outra origem, talvez o psiquiatra faça um encaminhamento para um neurologista. Da mesma forma se, na avaliação, houver uma suspeita de que sua insônia não resulta diretamente da ansiedade, o psiquiatra fará um encaminhamento para um especialista em sono. -
É muito comum, em pessoas com traços de personalidade ansiosa, como parece ser o seu caso, que em algum momento da vida, principalmente associado à uma situação de estresse, esse quadro evolua para um transtorno de ansiedade pleno, com preocupação excessiva, insônia, tensão muscular e outros sintomas físicos (cefaleia, palpitações, tremores, dor de estômago, entre outros). Procure um psiquiatra para que ele possa avaliar a melhor maneira de lhe ajudar com estes sintomas!
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Seu filho pode ser atendido por qualquer bom psiquiatra. Realmente, ele está no limite entre a infância e a idade adulta, na fase da adolescência.
A maioria dos problemas que ocorre em crianças é semelhante àqueles que ocorrem em adultos. Entretanto, existem alguns problemas mais predominantes em crianças ou, pelo menos, diagnosticados com maior frequência nelas (transtornos do espectro do autismo e transtorno de hiperatividade - déficit de atenção, por exemplo). Assim, existem psiquiatras especialistas em crianças e adolescentes.
Entretanto, no caso de um menino de 16 anos, dificilmente haverá algum problema que seja diferente daquele que se vê em adultos. O mais importante é que o psiquiatra que vá atendê-lo goste de adolescentes e saiba falar a linguagem deles.
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O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) começa na infância e pode permanecer pela vida inteira ou melhorar e reaparecer na vida adulta.
Suas características, agitação física (mais comuns em crianças) ou sensação subjetiva de inquietação (em adultos). A pessoa com TDAH costuma ser impontual, perder detalhes, interromper os outros quando fala, começar atividades e passar para outras antes de terminar as primeiras; têm dificuldades de concentração, a não ser para algumas atividades que consideram muito estimulantes; frequentemente fala muito e de modo superficial, por vezes falando o começo e o fim de um assunto e não percebendo que omitiu o meio.
Algumas pessoas não têm o quadro completo.
Você precisa procurar um psiquiatra que tenha experiência em TDAH para avaliá-lo. Ele saberá indicar qual o melhor tratamento para você. Drogas frequentemente usadas são o metilfenidato, a atomoxetina (que não tem no Brasil) e a lisdexanfetamina. Além disto, técnicas comportamentais específicas também costumam levar a bons resultados.
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Primeiramente, é necessário que se faça avaliação com uma psiquiatra experiente em déficit de atenção, pois apenas ele(a) é qualificado(a) para diagnosticar o problema.
Existem, pelo menos, duas possibilidades:
1) a pessoa tem o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade com predominância de sintomas de déficit de atenção. Neste caso, o tratamento pode ser feito com medicações apropriadas, como o metilfenidato, por exemplo. Inclusive, a melhora pode ser até maior do que nos casos em que há, também, hiperatividade.
2) a pessoa tem apenas sintomas de déficit de atenção, sem ter o quadro completo. Nestes casos, o uso de medicação ainda pode ser feito, mas é mais discutível.
Em ambos os casos estão indicadas técnicas de terapia comportamental, que tanto podem tratar muitos pacientes (mesmo que não tomem medicação) quanto podem ser coadjuvantes eficazes do tratamento medicamentoso.