Psiquiatria - Perguntas respondidas
-
O diagnóstico e o tratamento dependem de uma série de fatores.
Se for uma pessoa idosa, doente ou o quadro tiver aparecido de forma muito rápida (horas ou dias), deve-se suspeitar de uma causa como infecções, tumores cerebrais, AVC, alterações hormonais, infecções ou tumores em outras partes do corpo (tumores intestinais e pulmonares, por exemplo, podem levar a alterações psiquiátricas). O tratamento vai depender da causa e, enquanto não se trata a causa, podem ser usadas algumas medicações denominadas de "antipsicóticas", pois combatem os sintomas psicóticos. O tipo de medicação escolhida vai depender, também, da idade e da suposta causa.
Se o quadro tiver tido um aparecimento mais lento (por exemplo, ao longo de algumas semanas ou meses) e for em pessoas mais jovens (basicamente, abaixo dos 40 anos), possivelmente se trata de um transtorno psicótico propriamente dito (por exemplo, esquizofrenia, transtorno esquizo-afetivo, transtorno bipolar psicótico, depressão psicótica). O tratamento é feito com antipsicóticos, na fase aguda e, após a melhora dos sintomas descritos, por vezes há necessidade de terapia comportamental e ocupacional para a ressocialização e readaptação da pessoa. Restaria explicar a causa da sudorese ("exagero" de quem percebeu? Remédios? Calor?).
Outra causa, independente de idade, é o uso de drogas, desde medicamentos, até drogas de abuso que, potencialmente, podem causar ou pelo menos desencadear quadros psicóticos. Nestes casos, o tratamento envolve a abstinência e a psicoterapia para prevenir recaídas. Dependendo da droga (por exemplo, no caso do álcool e da heroína), a retirada precisa ser acompanhada pelo médico, pois pode trazer riscos imediatos, se for feita "a seco", pelo próprio paciente ou a família.
Finalmente, poderia tratar-se de um quadro com sintomas de delirium tremens, que aparece principalmente depois da retirada abrupta do álcool em pessoas que abusam desta droga. Além do obrigatório acompanhamento médico, devem ser usados remédios do grupo dos benzodiazepínicos.
-
A pergunta está incompleta.
Imagino que, no final, você ia escrever "ouvindo vozes".
No caso, a pessoa está com o que se chama de uma síndrome delirante-alucinatória. "Delirante", em função do delírio de estar sendo perseguida. "Alucinatória", em função das vozes irreais que ouve.
 
As causas das síndromes delirantes-alucinatórias são várias, sendo a mais conhecida a esquizofrenia.
 
Entretanto, outras possíveis causas são o transtorno esquizo-afetivo, a depressão psicótica e o transtorno bipolar psicótico.
 
Finalmente, deve-se pensar na hipótese de que uma pessoa que teve um câncer na tireoide e teve sua glândula removida possa estar tendo um problema decorrente deste processo.
 
Tumores de tireoide nem sempre têm metástases (isto é, tumores que surgem a distância, derivados do tumor original), mas a literatura a respeito diz que podem ocorrer no cérebro, sim. Além disso, falta ou excesso de hormônios tireoidianos decorrentes do tratamento podem levar a alterações psiquiátricas, também. Finalmente, se a pessoa estiver fazendo algum tratamento adicional, ele também pode estar causando sintomas.
 
Assim, primeiramente, você deve reconduzir seu(sua) parente ao profissional que tratou do câncer. Se ele disser que o quadro não tem nenhuma relação com o tumor ou seu tratamento, você deve ir a um psiquiatra.
 
É importante lembrar que tanto a esquizofrenia quanto os outros transtornos psiquiátricos comentados acima aparecem principalmente em pessoas jovens. Assim, se seu(sua) parente tiver mais de 40 anos, a probabilidade de se tratar de uma causa mais claramente física é maior.
-
Bom dia!
O Pondera* (paroxetina) é uma medicação frequentemente usada no transtorno do pânico e costuma ser muito eficaz, nas doses de 20 a 60 mg por dia.
O diazepam é um tranquilizante desenvolvido na década de 60 e, apesar de acalmar rapidamente, pode causar dependência e problemas de memória e seu uso é evitado, a longo prazo. Normalmente, seu uso deve ser de apenas algumas semanas, a não ser em casos muito graves.
A risperidona pode ser usada, eventualmente, para aumentar o efeito da paroxetina, mas não antes de tentar uma dose alta de paroxetina (60 mg). Caso contrário, o uso da risperidona só é justificado se você tiver algum outro problema além do pânico, pois ela NÃO é uma medicação de primeira opção para o pânico.
A oxcarbazepina não tem usos específicos em psiquiatria e não costuma ser usada no pânico.
Logicamente, trata-se de orientações gerais, pois não conheço seu caso particular e pode haver algumas variações de pessoa para pessoa. Mas as informações acima são válidas para a imensa maioria de casos de transtorno de pânico.
-
Deve procurar um psiquiatra pois, em princípio, todo bom psiquiatra deve conhecer os principais transtornos e seu tratamento.
Em primeiro lugar, deve-se fazer um diagnóstico correto. Nem todos que gostam de "transar" muito são "viciados em sexo". Se, por exemplo, você tem pessoas que gostem de fazer sexo tanto quanto você e a intensidade e frequência de sua atividade sexual não lhe causam nenhum problema físico, emocional, social ou profissional, não se pode falar em "vício em sexo".
Entretanto, se o "excesso" de comportamento sexual está lhe causando problemas, o psiquiatra pode ajudá-lo: a terapia se dirige no sentido de explorar a história de seu comportamento compulsivo, suas manifestações atuais e em que circunstâncias elas são mais frequentes; deve-se combater e procurar reverter os prejuízos que já tenham ocorrido; deve-se ajudar o(a) paciente a descobrir comportamentos alternativos para substituir, na medida do possível, o comportamento sexual exagerado.
Existem algumas medicações que podem inibir, também, o excesso de compulsão como, por exemplo, o topiramato (mas jamais tente tomá-lo sem orientação médica).
-
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o álcool também é uma droga. A grande diferença é que é vendida legalmente: é uma droga lícita.
 
Você deve estar se referindo às drogas ilícitas.
 
Como você mesmo diz, um passo muito importante seria parar de beber. Os tratamentos para parar de beber não são perfeitos, mas há bastante coisas para se fazer:
 
1 - Medicações: existem 3 medicações suficientemente comprovadas para uso nos problemas com álcool: a naltrexona, o dissulfiram e o acamprosato (este parou de ser vendido no Brasil e precisa ser importado). Os três possuem modos de ação diferentes e PODEM ser usados ao mesmo tempo.
 
2 - Terapia: existem vários tipos de terapia para os problemas do álcool e nenhuma delas é comprovadamente melhor que a outra. Uma das formas mais usadas de terapia, atualmente, é a comportamental-cognitiva, que envolve técnicas com o objetivo de aumentar a motivação da pessoa para parar de beber, identificação daquelas situações em que a pessoa fica mais propensa a beber e ensinar a pessoa a viver sem o álcool, pois ele frequentemente é um "companheiro". Mudanças de estilo de vida também podem ser úteis.
 
Em relação às outras drogas, a psicoterapia é recomendável em todos os casos. Para algumas, existem medicações comprovadas mas, para outras, não há nenhum tratamento suficientemente garantido com medicações:
 
- cocaína - não existe nenhuma medicação suficientemente comprovada; existem alguns estudos com bons resultados com o uso da bupropiona, usada também no tratamento do tabagismo;
 
- heroína - metadona, clonidina, naltrexona e LAAM são os tratamentos mais usados;
 
- maconha - não existem tratamentos comprovados definitivamente, mas há alguns resultados favoráveis com N-acetil-cisteína.
 
A lista é extensa e o que você precisa é procurar um psiquiatra especialista no tratamento de drogas, que possa orientar você de modo personalizado.