Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Existem várias formas de melhorar o sono, com e sem medicações. Apenas o psiquiatra que conhece seu pai pessoalmente pode decidir se há necessidade de remédios. Não deixe de falar com ele. Em relação às condutas não medicamentosas, existem algumas técnicas que podem auxiliar. Elas podem ser usadas na maioria das pessoas, mas se ele tem um problema psiquiátrico que não esteja totalmente controlado, elas podem não ser suficientes ou mesmo interferir negativamente no tratamento.
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Não tem nenhum conselho que se possa dar de modo geral, cada caso deve ser analisado individualmente. Em relação à dificuldade de dormir, há necessidade de se saber sua origem:
 
- uso de droga estimulante?
- abstinência de droga depressora dos sistema nervoso central?
- causa sem relação direta com a droga como, por exemplo, hábitos de sono errados ou problemas respiratórios?
 
Apenas com base neste conhecimento é possível sugerir a melhor abordagem.
 
Por outro lado, a insônia não costuma ser a única ou mais grave consequência do abuso de substâncias e a pessoa usuária deve ser entrevistada e examinada com cuidado, para se ter noção da totalidade dos prejuízos causados, que geralmente ocorrem em várias áreas de seu funcionamento.
 
Quanto à resistência de ir ao psiquiatra, se houver uma emergência, pode-se pedir a um profissional que faça um atendimento domiciliar. Na minha experiência, dificilmente o profissional é rejeitado, quando sabe aproximar-se com habilidade. Se não houver emergência, é interessante o familiar consultar um especialista pessoalmente. O especialista saberá orientar algumas ações que podem motivar o usuário a procurar ajuda. Entidades como ALANON, NARANON e Amor Exigente também são interessantes para familiares que querem ajudar pacientes mais resistentes ao tratamento. Internações, só em casos extremos, pois internação, per se, não trata ninguém em longo prazo. Serve apenas para, nos casos mais graves, com várias tentativas mal-sucedidas de tratamento ou em pessoas que estejam com comportamento gravemente alterado por consequências cerebrais do uso, dar um passo inicial, no tratamento. De modo geral, também, não há vantagem em internações prolongadas e, atualmente, a maioria das internações conduzidas por especialistas duram apenas algumas semanas. O usuário deve aprender a lidar com a vida sem uso de drogas dentro de seu contexto natural. Não adianta deixá-lo isolado, numa clínica, onde o ambiente é completamente diferente de sua vida real. Ele pode nem sentir vontade de usar, enquanto internado e, ao ter de enfrentar situações reais de sua vida diária, após a alta, recair. Um outro aspecto do tratamento de usuários é que se trata de um "trabalho de formiga", frequentemente com períodos de melhora e períodos de recaída. Se houver persistência, a tendência é as recaídas se tornarem menos frequentes e/ou menos graves, até que em algum momento, geralmente após anos de tratamento, consegue-se a abstinência total. Mesmo assim, vale a pena insistir no tratamento, pois sem ele é ainda mais difícil de se conseguir parar definitivamente o uso da droga.
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Você deve passar novamente em seu psiquiatra e expor seu problema. Por sinal, não fica claro se você está ansiosa e acha que o escitalopram não está funcionando (e aí pode ser caso de mudar dose ou mesmo de remédio) ou se você não tem ansiedade (você escreveu "não tenho ansiedade") e seu problema é outro, para o qual o escitalopram não está funcionando. Coração acelerado, pontadas, tremores e sudorese podem ser sintomas de ansiedade, mas também podem ter outras causas. Somente conhecendo seu caso pessoalmente e examinando você seria possível determinar a causa.
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Infelizmente, não é possível dar orientações sobre tratamento, num site como este, sem conhecer o caso pessoalmente. O que se pode concluir é que você deve procurar um neuro o quanto antes e, se ela continua tendo convulsões, vá a um pronto socorro e relate para obter pelo menos uma orientação até que consulte o neuro dela.
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A depressão pode ser muito bem controlada e, na grande maioria dos casos, pelo menos se obtém uma melhora muito significativa. Assim, tratando-se corretamente e mantendo o tratamento, a pessoa pode levar uma vida completamente normal, em grande parte dos casos. Entretanto, se o tratamento for suspenso, cerca de 50% das pessoas que tiveram um episódio de depressão grave ("depressão maior") terão um novo episódio, assim como 70% dos que tiveram dois episódios e 90% dos que tiveram três. Por isto, atualmente, a recomendação é de que, após um único episódio, seja feito um tratamento contínuo, de dois a cinco anos (dependendo do caso) e que, a partir do segundo episódio, o tratamento seja mantido de modo permanente. Ao longo do tratamento, a critério do psiquiatra, por vezes é possível diminuir doses.