Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Nervosismo, tristeza, choro e insônia podem ser fenômenos normais que aparecem em situações difíceis da vida das pessoas. Nestas circunstâncias, pessoas que têm o hábito de fumar procuram alívio momentâneo no cigarro.
 
Você deve consultar um psiquiatra para diagnosticar se você está passando apenas por um período difícil da sua vida ou está com um quadro de depressão ou transtorno ansioso que deva ser tratado.
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Se sua filha está tomando remédios para dormir e não os estiver comprando no mercado negro, possivelmente há também um médico tratando dela.
Se você diz que ela não toma remédio "para surto", supostamente ela deve estar em tratamento com psiquiatra, pois são os psiquiatras que costumam passar remédios para surtos psicóticos. (É importante lembrar que são considerados "surtos" apenas aqueles episódios comportamentais que envolvem comportamentos ou crenças incompatíveis com a realidade ou, pelo menos, inferidos de forma sem lógica; por vezes, os comportamentos e pensamentos podem ser bizarros).
Quanto a gritar com você, pode ser simplesmente uma agressividade decorrente de desentendimentos entre vocês ou pode ser consequência de irritabilidade devida a um quadro psicótico ou mesmo depressão ou ansiedade excessiva. O mesmo pode ser dito em relação ao comportamento dela com a sobrinha e sua neta.
Seria importante você procurar um psiquiatra para que possa orientar você sobre como obter que sua filha faça um tratamento adequado.
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Se você foi ao cardiologista e ele disse que não se trata de nenhum problema clínico, provavelmente é ansiedade.
Quando a pessoa tem picos de ansiedade, pode sentir palpitações no peito (nem sempre é coração acelerado). Da mesma forma, a pressão pode aumentar, mas só se pode ter certeza disto se ela for medida (muitas vezes as pessoas têm sintomas que atribuem ao aumento de pressão, mas isto nem sempre ocorre). Adormecimento das mãos, não sentir as pernas também são totalmente compatíveis com picos de ansiedade.
Estes picos de ansiedade podem ocorrer tanto em pessoas que já estão ansiosas quanto na forma de crises de pânico. A grande diferença é que, no primeiro caso, elas vão piorando e melhoram mais devagar, enquanto, nas crises de pânico, a ansiedade se inicia subitamente, muitas vezes sem aviso. Elas duram minutos, em geral, apesar de poderem ocorrer várias vezes seguidas, dando a impressão de que a crise não terminou.
Ambos os problemas têm tratamentos baseados em medicação e/ou psicoterapia que costumam levar a melhoras muito grandes ou mesmo ao total controle.
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Comportamentos como o de seu filho podem ter várias origens:
1 - transtornos de personalidade: são problemas que ficam evidentes no final da adolescência e que, basicamente, consistem de comportamentos que levam a sofrimentos graves para as próprias pessoas e/ou para os outros que a cercam. Há vários tipos de transtornos de personalidade, envolvendo comportamentos como, por exemplo, maltratar fisicamente pessoas ou animais, mentir, furtar, ter uma instabilidade emocional excessiva que se manifesta também nas áreas escolar e profissional; há aqueles que são demasiadamente impulsivos e têm tendência a cometer atos agressivos ou perigosos, sem pensar; há os que são excessivamente dependentes, emocionalmente. Este tipo de alterações é de difícil tratamento. O psiquiatra geralmente indica uma psicoterapia (que, em alguns casos, pode envolver a família) e, para certos pacientes, algumas medicações podem ser úteis.
2- transtornos psiquiátricos outros tais como depressões, ansiedade excessiva e mesmo surtos psicóticos que estejam se iniciando podem levar a comportamentos agressivos e, quando são tratados, melhoram muito a agressividade. Nestes casos, os remédios podem ser especialmente úteis.
3 - o uso de algumas drogas, especialmente bebidas alcoólicas, cocaína, crack e anfetaminas podem deixar as pessoas mais agressivas.
4 - Apesar de dificilmente ser a única causa envolvida, problemas de relacionamento, nos quais os pais têm dificuldades de impor limites aos filhos ou quando a agressividade ocorre com frequência, na família, podem também levar aos comportamentos descritos por você.
O fato de ter melhorado e voltado pode ter várias origens, assim como os próprios sintomas.
Certamente, há necessidade de uma investigação psiquiátrica, pois você refere comportamentos potencialmente perigosos, como ameaças de morte, que podem ou não ser cumpridas.
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Em relação às manchas roxas, não se trata de um problema psiquiátrico, a não ser que você as faça voluntariamente.
Seria importante você consultar um clínico ou um cirurgião vascular, pois pode estar ocorrendo alguma fragilidade de vasos capilares ou distúrbio de coagulação. Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, não há nenhuma comprovação de que ficar "nervoso" possa levar a manchas roxas. O que a maioria dos cirurgiões vasculares diz, a este respeito é que, provavelmente, as pessoas colidem com algum objeto ou móvel e não percebem.
Roer unhas, frequentemente, pode ser um transtorno de controle de impulsos, que são distúrbios nos quais as pessoas sentem uma grande vontade de executar um movimento (ou até um comportamento mais complexo) e, praticamente, não conseguem se impedir de fazê-lo. Fazem parte deste tipo de problemas também a tricotilomania (compulsão de arrancar cabelos ou pelos) e algumas pessoas podem se sentir compelidas, também, a beliscar-se.
Gostar de sentir dor é um comportamento masoquista e não se sabe qual a sua origem, porém pode ocorrer em vários contextos, dos quais o principal é o contexto sexual, onde as pessoas gostam de apanhar, com mais ou menos ímpeto e de sofrer outras agressões (serem amarradas ou queimadas) antes ou durante o ato sexual.
Algumas pessoas, em contextos de muita angústia, machucam-se até sair sangue, mas estas não referem prazer, apenas o alívio da angústia.
O transtorno bipolar é um distúrbio no qual as pessoas passam semanas a meses deprimidas, com desânimo ou tristeza profundos, associados a problemas de falta ou excesso de sono, diminuição do desejo sexual, aumento ou falta de apetite, dificuldades de concentração, pensamentos tristes repetitivos e, por vezes, até vontade de morrer. Estes comportamentos se alternam com fases de aceleração, humor excessivamente alegre, eufórico (ou irritado, em alguns casos), com vários dias ou semanas de duração; associam-se pensamentos acelerados, tendência a abandonar uma atividade antes de terminá-la e passar a outra, sucessivamente, ao longo de horas; aumento do desejo sexual; aumento dos gastos; diminuição da necessidade de sono; ideias de poder, de grandeza e uma auto-confiança excessiva, que pode levar a atitudes temerárias.
Estas fases se alternam, em geral, com períodos de normalidade, de semanas a anos de duração.
É importante frisar que estes períodos são relativamente prolongados. Em casos mais raros, algumas vezes, realmente pode haver alternância do comportamento ao longo do dia, mas este diagnóstico é mais difícil e deve ser feito por psiquiatra experiente. Na maioria dos casos, pessoas que se auto-intitulam de "bipolares" querem apenas dizer que mudam de humor muito facilmente, o que não necessariamente é uma doença, apesar de poder ser incômodo para os outros e para a própria pessoa.
Quanto a ser o demônio, garanto que não é e é melhor deixar para a Igreja questões como princípios morais e a tranquilidade existencial.
Problemas como o seu são comprovadamente comportamentais ou psiquiátricos e, se você quer diminuir seu sofrimento, procure uma avaliação com psiquiatra.

