Psiquiatria - Perguntas respondidas
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'Tarja preta" não são a primeira escolha para o tratamento da ansiedade. A gestação é um estado fisiológico que vem acompanhado de alterações de humor secundárias às mudanças hormonais que acontecem nesse período, piorando os sintomas pré-existentes. Sugiro procurar um especialista para reavaliar a medicação, hoje em dia a Sertralina e o Escitalopram são os medicamentos usados na gestação.
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As medicações "tarja preta" são do grupo dos benzodiazepínicos, cuja indicação é no controle da ansiedade e da insônia. Seu uso por mais que duas semanas (insônia) a quatro semanas (ansiedade) é desaconselhado, por risco de efeitos colaterais sérios sobre coordenação motora e memória. Seu uso na gravidez é contraindicado, por possibilidade de malformações no embrião e depressão comportamental no feto e no recém-nascido.
Há medicações mais seguras, na gravidez mas, sobretudo, se sua filha está apresentando problemas comportamentais, deve ser avaliada por psiquiatra. E também você pode procurar orientação psicológica sobre como lidar com ela. Um(a) profissional saberá ajudar você a enfrentar melhor a agressividade dela.
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Primeiramente, você deve descobrir quais são os serviços que têm este tratamento em sua região. O SUS é regionalizado e é mais fácil conseguir vaga se houver serviços próximos. Geralmente, as assistentes sociais de ambulatórios (UBS, AMA) possuem acesso a listas de serviços que ofereçam determinados tratamentos e, com certeza, mesmo que não tenham, saberão ajudá-la a encontrá-los.
 
Uma vez sabendo onde há serviço, informe-se sobre os procedimentos do serviço para que seja feita a eletroconvulsoterapia (ECT). Provavelmente você terá de passar com psiquiatra do serviço, para que este(a) possa decidir se, em sua opinião, há indicação para ECT. Se houver indicação, a pessoa que vai ser submetida a ECT precisa fazer uma série de exames, também necessários para a liberação.
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Desconheço aqui em Bauru algum local que aplique ECT. De qualquer forma, precisa antes ser avaliado por um médico psiquiatra.
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Desculpe, mas sua pergunta não está clara. Se puder repeti-la com mais detalhes, terei o maior prazer em responder.
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A maioria das medicações psiquiátricas não causa dependência.
As únicas que têm o potencial de causar dependência são os benzodiazepínicos (BZD), que são os "tarja preta"; as "drogas Z", como o zopiclone e o zolpidem; as anfetaminas, como a lisdexanfetamina e o metilfenidato. Mesmo estas não costumam dar dependência em pessoas com acompanhamento psiquiátrico e quando bem indicadas. É mais provável que causem dependência naquelas que as usem para "dar barato". Assim, o psiquiatra deve evitar prescrevê-las para pessoas que abusem de drogas.
Não se deve confundir dependência com o fato de que muitos remédios precisam ser usados durante a vida toda. Infelizmente, muitos transtornos psiquiátricos não têm cura, apenas podem ser controlados. Isto não ocorre apenas na Psiquiatria: na Medicina Interna, doenças como a asma, a hipertensão arterial, as doenças reumatológicas também geralmente necessitam de tratamento a vida inteira. Nestes casos, as pessoas são acompanhadas pelo médico e, ao longo do tratamento, podem ser feitas reduções de doses, mas não se recomenda a total suspensão das medicações.
Já quanto aos efeitos colaterais, pode-se dizer que não existe NENHUMA medicação que não tenha nenhum efeito colateral, pelo menos potencialmente. Mesmo aquele comprimidinho de Aspirina* (ácido acetil-salicílico) que você toma dá aquela azia, lembra? Medicação que não tem efeito colateral nenhum é porque, possivelmente, nem é medicação. Por exemplo, "floral de Bach" não é medicação (mas mesmo ele pode ter efeito colateral, porque pode conter álcool) e muitas medicações homeopáticas também não merecem o rótulo de remédio e nem tem ação comprovada.
Por outro lado, para que um remédio tenha seu uso justificado, sempre se requer que seus benefícios sejam maiores que os efeitos colaterais. Assim, para doenças graves, justificam-se remédios com efeitos colaterais mais sérios. Mas, a maioria das medicações psiquiátricas, atualmente, tem efeitos colaterais bastante suportáveis que, com acompanhamento psiquiátrico, clínico, nutricional e exercícios físicos adequados não costuma trazer consequências sérias na grande maioria das pessoas.
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O álcool faz parte dos transtornos de uso de substâncias. Traduzindo em linguagem popular, álcool é droga. Apenas que álcool é uma droga legalizada. Infelizmente, enquanto muito se fala da maconha (que também é prejudicial), o álcool continua sendo uma das maiores fontes de prejuízos em nossa sociedade.
A maioria das pessoas com transtorno por uso de álcool (chamado antigamente de "alcoolismo", "abuso de álcool" ou "dependência de álcool") consegue ficar períodos variados sem beber. A maioria dos alcoólatras não são pessoas que bebem grandes quantidades, diariamente e adormecem nas sarjetas. A maioria são pessoas trabalhadeiras e decentes, mas que prejudicam suas vidas pelo uso de bebidas alcoólicas.
O álcool, assim como as outras drogas, deixa uma espécie de "memória" no cérebro. Quando a pessoa para de usar a droga, fica se lembrando dela, fica desejando-a. É mais ou menos como quando alguém perde um amor: em vários momentos, em várias situações, a pessoa se lembra e sente saudades do amor perdido; uma música, uma comida, um horário em que se falavam, um lugar, tudo pode fazer a pessoa sentir saudades. Da mesma forma como ocorre com os amores perdidos, se a pessoa ficar muito tempo sem beber, aos poucos vai deixando de sentir tantas saudades. Pode nunca se esquecer e, se encontrar o antigo amor, pode sempre ter uma recaída, mas se não o encontrar, o sofrimento vai aos poucos diminuindo e a vida vai voltando a ter sentido sem a presença do amor perdido, aprende-se a viver e ter prazeres sem ele ou ela.
Existem tratamentos para o alcoolismo, tanto psicoterapias quanto alguns medicamentos, mas todos eles só funcionam se a pessoa quiser se tratar. Não adianta dar remédio escondido, não adianta fazer internações com meses e anos de duração. Se a própria pessoa tem a consciência de que se deve tratar, é o melhor. Senão, a família pode pressionar, exigir, impor condições e insistir para que a pessoa se trate. Existe tratamento para alcoolismo tanto em postos de saúde públicos, quanto em medicina de convênios e atendimento particular. -
O seu marido encontra-se com um quadro de dependência de bebida alcoólica e precisa de uma avaliação especializada para ser orientado e realizar acompanhamento multiprofissional para essa patologia.