Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Há vários conceitos diferentes de alucinação, alguns consideram alucinações apenas quando são no contexto de um quadro de psicose e a percepção do paciente em relação a toda a realidade está alterada e outros consideram alucinações quaisquer percepções que ocorrem na ausência de um estímulo.
Assim, há variados graus de "realidade" das alucinações. As alucinações que ocorrem, por exemplo, em alterações cerebrais mais grosseiras (por exemplo, resultantes de tumores ou lesões tóxicas do cérebro) são claramente vivenciadas como provindo do mundo externo, ao ponto de a pessoa eventualmente tentar achar o local de onde vem a alucinação. No caso da psicose esquizofrênica, a alucinação frequentemente é intermediária entre a imaginação e a realidade, encontra-se mais no mundo interno - o esquizofrênico ouve as vozes, por exemplo, pode até falar com elas, mas não passa por sua cabeça procurar as pessoas "que falam" - elas se encontram "dentro" de sua mente.
Estas diferenças fenomenológicas são importantes no diagnóstico psiquiátrico.
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Este tipo de dificuldade pode ter várias origens, podendo, inclusive, ser apenas uma dificuldade de se organizar. Um psicopedagogo pode ser útil para ajudá-la.
 
Outras vezes, pessoas podem ter sintomas de transtorno de déficit de atenção-hiperatividade (TDAH), seja o transtorno completo, quanto apenas alguns aspectos dele. Um psiquiatra saberá diagnosticar se há presença de TDAH e, se houver, o tratamento costuma melhorar muito o desempenho das pessoas.
 
Finalmente, há pessoas que ficam tão ansiosas, ao realizarem provas, que esquecem momentaneamente o que aprenderam e, com isto, pioram seu desempenho. Nestes casos, um psicopedagogo e uma abordagem psicoterápica podem ser úteis.
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Ansiedade é um termo que aparece em vários transtornos psiquiátricos, em cada um deles com sentido ligeiramente diferente: há as pessoas com preocupações excessivas e sintomas físicos de ansiedade (tremores, palpitações, suor, dificuldades de concentração, insônia, tonturas); há as que tem crises súbitas de medo, angústia e também sintomas físicos, no transtorno de pânico. Há as que têm um grande medo de passarem vergonha, de serem julgadas negativamente e, por isto, evitam fazer coisas em frente a outras pessoas. Existem pessoas que são excessivamente detalhistas, rígidas e exigentes, o que também constitui um tipo de ansiedade. Assim, primeiramente, você deve procurar saber qual o tipo de ansiedade que você tem.
 
"Estressado" é um termo inexistente, em Psiquiatria, mas que geralmente se refere a pessoas ansiosas, preocupadas, exigentes consigo mesmos e com os outros e, frequentemente, também irritadas.
 
Ficar triste por causa do término de um namoro sério, por sua vez, é um fenômeno normal, a não ser que esta tristeza seja muito profunda, dure a maior parte do tempo, tenha uma duração muito longa e inclua sintomas como insônia ou excesso de sono, grande diminuição ou aumento do apetite, dificuldades de concentração, pensamento lentificado, ideias tristes ou negativas, que vão desde uma baixa auto-estima e pessimismo exagerado até ideias de que não vale a pena viver ou mesmo pensamentos suicidas. Neste caso, pode tratar-se de uma depressão.
 
O Espran* é o escitalopram, uma medicação usada no tratamento tanto da ansiedade quanto da depressão. O Lamitor* é a lamotrigina, uma droga desenvolvida inicialmente para o tratamento de epilepsias, mas que passou a ser usada também como estabilizador do humor ou para potencializar o efeito de remédios antidepressivos.
 
Assim:
 
- é possível que você esteja somente sob efeito da sua ruptura de relacionamento e que isto vá melhorar espontaneamente;
 
- é possível que esteja deprimida ou com um transtorno ansioso e haja necessidade de mudanças em sua medicação;
 
Se não estiver em tratamento com psiquiatra, pode ser interessante procurar um especialista.
 
Além do tratamento psiquiátrico, uma psicoterapia com psiquiatra ou psicólogo pode ser útil para discutir sua relação com o trabalho e eventuais aspectos mais difíceis de seus relacionamentos com outras pessoas. São apenas ideias, dado que uma indicação precisa só é possível mediante uma avaliação pessoal. Mas, em geral, são estas as formas de ajudar as pessoas em seus sofrimentos.
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Impossível opinar sobre seu tratamento sem conhecer detalhes do seu problema e de você, como só o seu médico conhece... Evite "palpites" de conhecidos ou mesmo de familiares bem-intencionados. Frequentemente, a "ansiedade em diminuir os remédios" leva a providências extremamente prejudiciais no longo prazo. Converse com seu Psiquiatra.
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Ouvem-se ou veem-se coisas que outros não veem numa série de circunstâncias diferentes. Por vezes, é porque nossas visão e audição são melhores que das outras pessoas ou estamos mais atentos. Já vi casos em que o psiquiatra perguntou, simplesmente, se a pessoa via ou ouvia coisas que outros não e se tratava justamente deste tipo de situação. Trata-se de um erro na entrevista do psiquiatra.
A grande questão é quando as pessoas ouvem ou veem coisas sem que haja estímulos provenientes do ambiente que expliquem o que ouvem ou veem: ou seja, normalmente quando se ouve ou se vê algo, há ondas sonoras ou luminosas que estimulam nosso ouvido ou nossos olhos provenientes de uma fonte material. Quando a pessoa tem alucinações, não há estímulos correspondentes vindo de fora do corpo dela: o que há são percepções que ocorrem exclusivamente dentro do cérebro dela.
Assim, a questão não é se outros ouvem ou veem o que a pessoa ouve ou vê, mas se existe algum corpo real que esteja sendo ouvido ou visto. Logicamente, quando não há um corpo real para ser ouvido ou visto, pessoas normais que estejam presentes nada ouvirão ou verão - portanto, se tratam de alucinações.
Psicoses não são as únicas causas de alucinações: epilepsias, doenças cerebrais e até mesmo enxaquecas podem levar a alucinações.